Acabei chorando mesmo, pela data, pela simbologia da figura do pai, por tudo que há em volta, pelo clima, a impossibilidade de dar um abraço, ouvir uma voz... Por tudo, é muito difícil perder. A gente não se acostuma com a morte de um ente tão querido, ela maltrata pra sempre. A morte é inaceitável porque somos egoístas. Eu mesmo queria meu velho aqui do meu lado por todo o tempo, me esperando com aquele sopão no inverno e uma garrafa de uísque comprada em Rivera.
A verdade é que chorar fez bem, baguncei o cabelo e lembrei com carinho do velho. Com o carinho habitual, dos dias marcantes como quando tive de trazer ele para a cidade no carro para ir ao hospital. Coitado, ele nem desconfiava que eu pegava o carro escondido pra aprender a dirigir. Ou sabia e me escondia isso também. Tem tanta coisa boa pra lembrar, e essa nostalgia cresce e arrebata a gente. Ah, meu velho, não vou me alongar. Também não estou escrevendo pra ninguém sentir pena ou coisa parecida. Comecei a rabiscar mais meus papéis desde que tu se foi e hoje faço isso pra honrar a tua memória. Feliz Dia dos Pais, velhinho. Um dia a gente fica junto de novo, um dia desses. Espero estar te orgulhando daqui, pai.
Um comentário:
ACREDITO QUE TODO MUNDO QUE PERDE O PAI PRESTE MAIS ATENÇÃO A DATAS TÃO CORRIQUEIRAS COMO ESTA QUE É O DIA DOS PAIS, FALTA ALGO , FALTA ALGUÉM , A VOZ , A PRESENÇA , UM ABRAÇO , FALTA O PAI.
ADOREI TEU TEXTO!
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