domingo, 25 de outubro de 2009

Bêbado de amor

Era final de festa e eu sabia que estava bêbado, talvez por isso tive coragem para falar algumas palavras para ela. Sorridente, ela não deu muita importância ao que eu dizia, desconsiderava a seriedade daquilo por conta do alto nível de álcool em meu sangue. Acho que falei um monte de asneiras, esperando algo em troca, uma palavra, um sorriso, ou qualquer demonstração de interesse.

Há muito tempo sonhava com seu toque e desejava aquele beijo, já tinha até planejado momentos únicos para aquilo acontecer, mas na prática dava tudo errado.

No outro dia, sem lembrar de muita coisa, a vi passar por mim com seus trajes minúsculos e provocativos. Me senti mais bêbado que na noite anterior. Ela chegou pertinho o suficiente para eu sentir aquele perfume leve e sedutor. Ela perguntou se o que eu dito no outro dia era verdade. O problema é que eu não sabia como responder? Eu não lembrava o que havia dito, então gaguejei, olhei para os lados e respondi que havia muita coisa que eu guardava para mim que já deveria ter dito há tempos.


No mesmo momento notei os olhos dela brilharem, ela tentou dizer algo, mas não saiu nada, nem um obrigada pelos meus insistentes elogios estúpidos... Quando ela ia falar, acabei perdendo a paciência e não permiti, virei as costas e disse que não insistiria mais, que preferia continuar com meus sonhos. A minha cabeça naquela hora só pensava em puxá-la e parar de frescura de uma vez, abraçar ela e dar um beijo. E não fiz nada disso porque achava que não era a hora certa. E realmente não era, o tempo se encarregou de me mostrar isso.


Início de festa, boate lotada eu a vejo, linda, sozinha segurando qualquer coisa enquanto dança uma música que só ela ouve. Mais uma vez tudo a minha volta faz pensar em cada detalhe possível para me aproximar, uma desculpa qualquer e... Bingo, uísque! Ela estava pertinho de uma garrafa que eu entornaria de tristeza, sozinho, ou de bobeira, para conversar com ela. Final de festa, poucas pessoas na pista ainda insistem em se dar bem, como eu fiz... Olho para o lado e vejo ela, nua, dormindo ao meu lado, os cabelos soltos sobre o travesseiro e a respiração tranquila. E lembro de tudo, pois não estava embriagado pelo uísque aquela noite, ainda que a garrafa tenha nos atraído. Estava bêbado de amor naquela noite.


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