quinta-feira, 22 de outubro de 2009

O meu grande porre

Foi no final de 2007 que escrevi no Jornal do Povo uma crônica sobre o meu maior porre. Foi quando me criticaram um monte, dizendo que eu escrevia mal e falaram mal da forma como eu escrevia. Lembro que o Fórum do Leitor bombou negativamente. Claro que fiquei chateado, eu tava substituindo um colunista e teve gente que disse que o jornal deveria deixar aquele espaço em branco ao invés de escrever meu texto. Na verdade, foi só por um dia que fiquei de cara. Não deixei de escrever por causa daquilo e ainda acho que o texto era bom.

Dane-se quem me criticou – foi minha primeira reação. Eu queria mais era extravasar quando virei aquelas cervejas numa tarde de feriado, com uns amigos. E destaquei no texto a amizade por uns velhos amigos que me carregaram pra casa, quando eu já nem conseguia andar de tão alcoolizado. Não fiz apologia nenhuma à bebida, só contei uma história. Não fui hipócrita, cada um sabe o que faz e na real vi o quanto uma palavra pode incomodar muita gente. Foi por isso, por incomodar, que até hoje continuo escrevendo sem dar muita bola se vão gostar ou não.

Na maioria das vezes nem eu gosto desses textos, mas eles são importantes pra mim, tanto quanto aquela cerveja gelada naquele feriado de 2007. Eu nunca escrevi e isso não minimiza o meu porre. Mas na verdade, só bebi aquele dia porque há dias eu estava com dificuldades pra dormir. Eu recém havia perdido meu pai e acho que a companhia dos amigos e a cerveja se encarregaram de me dar uma noite tranquila, como há muito tempo eu não tinha. Além da dor eterna da morte, foram muitos dias em que varei noites dentro do hospital, dois natais, duas viradas de ano.

Mas o meu grande porre me deu uma lição de vida, que eu precisava continuar escrevendo e contando histórias. De lá pra cá, eu inaugurei este novo blog e o atualizo pelo menos uma vez por semana. Essa foi a forma que encontrei de colocar meus pensamentos em ordem e minimizar a saudade do meu velho. Acho que a cada dia, as palavras saem mais claras, mais sensatas e mais pensadas. Nem tudo que aprendi foi escrevendo, as grandes lições vieram com a crítica, com os erros. Ninguém vai evoluir sendo elogiado o tempo todo, pelo contrário. Isso vai dar uma sensação falsa de estar agradando e aí a gente se acomoda. Não gostou do que escrevi? Então me critica! Porque eu lido muito bem com isso...

Um comentário:

Vivii disse...

Vini, o importante, muito mais do que aceitar que os outros nos repreendam ou critiquem, indicando ser um sinal de maturidade, é tu te sentir bem enquanto escreve e vê que aquilo ali é parte da tua vida.
Teus textos são realmente muito bons e este é apenas mais um deles.
Beeeijããão querido!