domingo, 13 de dezembro de 2009

Nada óbvios

Paixões não são nada óbvias, elas não são como problemas de matemática que do nada a gente encontra o resultado depois de aplicar uma fórmula qualquer. Paixões são um mistério, é como caminhar no escuro ou encontrar uma encruzilhada. E em cada um desses caminhos que o coração quer nos levar, existem decisões que precisam ser tomadas e isso é complicado. Embora a gente saiba exatamente, até desenhado, tudo que precisa fazer pra explicar o que sente, pra dizer que está louco pra ficar com aquela pessoa, algo nos trava, algo que não tem explicação.

O amor não é fácil de ser entendido e, nunca canso de dizer, que amor não precisa ser compreendido. Amor existe no mundo pra ser vivido, pra nos colocar aquele sorriso bobo no rosto num dia de chuva, cinzento, em que o vento parece assobiar e não há nada pra fazer. E a gente sorri só porque nosso amor acaba de dar um toque no celular ou deixar uma mensagem no Orkut. E a gente sorri mais intensamente só por causa do amor. O amor não é nada óbvio, é inexplicável. O amor não é de verdade, nem pode existir na mentira. O amor foge pra não ficar sofrendo. O amor some pra poder existir. O amor existe pra gente viver.

Toda vez que a gente se apaixona, parece que a gente está amando. E a paixão é sempre o início do amor ou de um caso qualquer que existe como uma chuva de verão. Às vezes uma paixão é tão intensa e rápida que serve somente para nos alegrar durante algum tempo. E a gente não sofre se ela acaba, a gente gosta de lembrar de paixões rápidas e nem fica imaginando como seria se tivesse continuado. Porque paixões rápidas não são nada óbvias.

E as pessoas falam muito em amor verdadeiro, almas gêmeas, aqueles casais que nunca brigam... Todo mundo deve sonhar com isso, com aquele amor perfeito que só nos dá carinho e fala coisas bonitas, como aquelas coisas de filmes. Mas na real as coisas não podem ser assim. Um amor verdadeiro precisa nos criticar, precisa nos dizer quando estamos errando e até se afastar pra gente sentir saudade de vez em quando. Um amor verdadeiro não pede, não exige, não cobra, não faz nada. Porque na real, não existe amor de mentira, se for amor ele sempre vai ser verdadeiro, mas nunca, jamais, será óbvio.

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