segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Por que se livrar do problema?

Todas as vezes que um problema aparece você faz o que? Se livra dele e foge ou tenta encarar até destrinchar tudo que tem pela frente até transformar o limão numa limonada? Pessoalmente, prefiro a segunda opção e é só por isso que não aceito a forma como a Prefeitura de Cachoeira do Sul está entregando o serviço de abastecimento para a Corsan – de mão-beijada, como dizem os mais antigos.


Aqui, ao invés de estabelecermos uma série de exigências de investimentos e planos para o futuro do saneamento municipal, aceitamos uma proposta-modelo que a Corsan apresenta para todos aqueles municípios que dão lucro para ela. E quando se fala em lucro, não é nada pequeno. A estatal lucrou mais de R$ 200 milhões em 2008. E eu não quero nem imaginar se parte desse dinheiro foi parar em algumas cuecas sujas ou meias fedorentas. Será que foi? Sei lá, não tenho como provar nada, mas os próprios contratos que ela faz sem licitação são declarados como ilegais por especialistas no assunto.


Ah, mas o prefeito não quer passar todo o mandato discutindo na Justiça quem tem razão, se a Prefeitura ou a Corsan. Tudo bem, é uma posição, mas vejamos. Se fosse Ghignatti, o médico, contra a Corsan, será que ele desistiria de resgatar uma ilegalidade cometida contra ele e sua família e fazer as coisas certas, pra corrigir a barca furada em que o colocaram - lembre-se, não foi GG quem assinou aquele misterioso contrato natalino. Ele não tem culpa, mas tem obrigação de fazer o melhor por sua família, neste caso os cachoeirenses.


Realmente não sou contra a Corsan, não mesmo. Sou contra o descaso que boa parte dos serviços públicos têm com relação às necessidades da população, mas isso acontece também naqueles serviços que são terceirizados, então... Sou a favor da licitação, desde que ela seja feita sem favorecimentos – como acontece Brasil afora (aquele lance de uma empresa que dá grana pro político na campanha e depois se beneficia, sabem?!). Mas ao contrário do professor e advogado Mahfus, tenho um medo enorme da municipalização porque conhecendo os nossos governos, uma empresa municipal da água seria um cabidão de empregos.


Então o que fazer? Simples, encarar o problema e encontrar a melhor opção, se informar, buscar subsídios, comparar contratos, firmar cláusulas seguras que permitam o rompimento contratual em caso de não cumprimento de promessas. Ah, até porque, em promessa de político (e a Corsan é comandada por políticos) eu não acredito nem a pau.

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