Os vereadores de Cachoeira do Sul, pelo menos os que estão comandando as decisões nos últimos cinco anos, são os melhores patrões do mundo - principalmente usando recursos públicos (dinheiro do povo). Aproveitando-se da condição de donos das decisões políticas, eles inverteram nos últimos cinco anos os interesses naturais e se afundam num abismo para mostrar a sua pouca importância para a comunidade. Como se sabe, vereador não faz nada além de fiscalizar e sugerir (e isso são 30% nas casas legislativas). Claro, também criam projetos de lei para dar nome a ruas e comemorar datas especiais.
Administrando com dinheiro do povo
Pois pelo quinto ano consecutivo, o sindicato dos funcionários da Câmara de Vereadores de Cachoeira do Sul (nem existe!) reivindica e ganha 15% de reajuste, um deboche com relação a todas as demais classes de trabalhadores do município. Mas entender o que os vereadores ganham enchendo o bolso desse pessoal é o que não entra na minha cabeça. Qual a intenção? Eles já possuem planos de carreira sólidos, vale-alimentação graúdo e empregos que não exigem nenhum tipo de sacrifício, ao contrário de policiais e bombeiros, por exemplo. E assim continua a farra da Câmara de Vereadores, ano após ano. Mas a culpa não é de ninguém além do povo. Eu não vi uma viva alma na sessão de votação reclamar o que os vereadores iriam fazer. Não havia uma placa, camiseta de protesto, nada. Mas aposto que quando for votado o dinheiro pro Carnaval, aquele plenário vai estar cheio de gente...
Perguntinhas
Mas afinal, como a Câmara de Vereadores consegue fazer isso? Simples, os próprios funcionários estimam quanto o parlamento vai precisar para "se manter" no ano. Entre os vereadores, alguns sequer sabem fazer regra de três, muito menos elaborar um orçamento... Digamos que a Câmara precisa de R$ 1 milhão pra garantir todas as despesas, tudo calculado e bonitinho. Pois bem, na hora de colocar no papel o orçamento, o valor sobe para R$ 2 milhões - o dobro do que precisava.
Mas pra que fazer isso?
Simples, pra manter a pecha de parlamento austero. Austeridade seria responsabilidade com os gastos. Mas afinal, existe? Ou essa previsão acima do necessário é apenas uma forma de garantir a devolução de dinheiro no final do ano e usar isso como moeda de troca pra ganhar fotos nos jornais, com uma indicação política pra usar o dinheiro no Carnaval ou qualquer outra coisa?
O problema é seu
Agora, o que realmente é curioso e irritante é a preocupação das pessoas. Enquanto as reportagens antecipando o reajuste foram publicadas, um monte de gente se manifestou na internet, criticando e sugerindo formas melhores de aplicar o dinheiro. E depois disso, nada. Zero, ninguém protestou, ninguém reclamou pelo projeto ter sido mantido em sigilo durante uma semana e só ter sido apresentado um dia antes da votação. E a imprensa não se omitiu, mostrou, fez o que podia. Mas ninguém, absolutamente, ninguém se importou... E aí, depois que a criança nasceu vão querer reclamar? Ah, vão tomar vergonha na cara.
Sartório tirado pra Cristo
O presidente Oscar Sartório até não merece carregar sozinho a cruz por ter escondido o projeto de reajuste. Ele virou uma marionete na mão dos outros, embora sequer tenha parecido. Acélio é uma incógnita. Seu discurso de defensor da comunidade parece sincero demais para um político experiente. E Mariana ainda não perdeu seus princípios, embora possa acabar engolida pela política, afinal dizem que uma maçã podre contamina todo o resto.
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