Sexta-feira sempre é um dia desgastante, chato, arrastado e perturbador, pelo menos pra mim. E até onde me recordo, sempre foi assim, desde o colégio, embora naquela época o sentimento de liberdade fosse muito maior. Sei que a maioria das pessoas detesta a segunda-feira. Mas a segunda é tão tranquila, você começa relaxado depois de um final de semana de descanso e festas. A sexta-feira não, ela é carregada, você traz junto toda a correria dos outros dias, todo o estresse e aquilo fica acumulado e você tenta se libertar. E a maldita sexta-feira não acaba.
Sinceramente, você já parou e pensou na complexidade de uma sexta-feira? Puxa, acho que sou o único cara cheio de coisas para fazer neste dia e que ainda arruma tempo para escrever algo assim. Realmente, me falta assunto. Não quero escrever sobre o amor, porque acho que não sou um profundo conhecedor. Ou talvez eu seja e isso foi apenas uma falsa modéstia. E hoje é sexta-feira e o dia está verdadeiramente encantador, embora eu esteja encerrado na minha ilha da redação do Jornal do Povo decidindo como abordar uma pauta qualquer.
E enquanto faço isso e penso na maluquice das últimas sextas, volto ao meu passado, aos meus tempos de Borges em que pegava o carro para ir para fora, pescar, tomar banho de rio e conversar descompromissadamente com os amigos de lá. É incrível o impacto que o fim da adolescência teve na minha vida, terminando com o meu tempo disponível para esses pequenos prazeres. E ainda que isso não ocorra mais ao final de todas as sextas, eu prefiro olhar o lado positivo e notar o quanto valorizo mais esses momentos. E hoje é uma sexta-feira, ela iniciou comum e agora, pouco antes do meio-dia, não me revela ainda nada sedutor, nada que me empolgue a gostar um pouco mais desse dia. Sei que os defensores da sexta-feira vão dizer que este é o dia de extravasar, de sair, de fazer festa e de beber até cair.
Mas sinceramente, eu prefiro ficar de pé, trabalhar, escrever, concluir meu livro que infelizmente está parado, terminar um trabalho que pode influenciar o desenvolvimento da cidade e continuar meu compromisso assumido com os jovens de Cachoeira. Poucos sabem, mas numa sexta-feira à noite eu criei o projeto editorial do jornal Formigão com um sonho em mente – que mais jovens começassem a ler e a se interessar e desenvolver seu senso crítico. Pois é, sexta até não é um dia assim tão ruim...
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