sexta-feira, 23 de julho de 2010

Um ensaio sobre a despedida

Este não é um texto de despedida, mas sobre as despedidas de um modo geral – até porque espero incomodar por muito tempo com esses assuntos. Pessoalmente, não conheço nada mais dolorido do que dar adeus para um amigo, para um amor ou pessoas que se tornaram importantes ou essenciais na nossa vida. Hoje em dia não deveria ser tão difícil dar aquele abraço demorado com a existência de tantas redes sociais capazes de aproximar as pessoas. Se por um lado essas tecnologias nos tornam vizinhos de ídolos, nos transformando em fofoqueiros e papagaios de pirata, por outro seu poder para amenizar a saudade é muito limitado.

A verdade é que o Orkut, MSN, Twitter e o resto destas invencionices modernas não têm o poder de transmitir a sensação de um abraço, de um olhar e de um sorriso... E outro sintoma é que somos egoístas demais e queremos manter as pessoas queridas sempre ao nosso lado, não aceitando que elas vão embora por causa da faculdade, um trabalho ou simplesmente pela única certeza da vida. E o pior da despedida forçada pela morte é a aceitação e a continuidade. As sensações se misturam, a primeira delas é a descrença, porque você simplesmente não compreende e depois o desafio é acostumar-se. Fica um vazio, falta alguma coisa. Imagine a pessoa mais especial na sua vida neste momento. Agora faça um exercício e pense em nunca mais ver o rosto dela, nunca mais escutar a voz ou jamais sentir o abraço carinhoso daquela pessoa. É por isso que reafirmo: a despedida é o que existe de mais dolorido nesse mundo. Se desligar de alguém é triste e penoso, mas acaba se tornando necessário a alguma altura da vida. E você simplesmente precisa aceitar...

Acho que a única coisa importante de uma reflexão como essa é a percepção sobre a necessidade de valorizar o agora e aproveitar para mostrar o quanto você se importa com as pessoas que ainda estão presentes em sua vida. Porque mais cedo ou mais tarde vai acabar acontecendo uma despedida e você não vai estar pronto.

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