sexta-feira, 29 de abril de 2011

Coisas que aprendi com as mulheres

Não sei se isso aconteceu somente comigo, mas nunca tive nada de sério com nenhuma garota que fiquei em boates. Logo, a conclusão que chego é que este deve ser o último lugar a ir quando você sente que precisa de um affair sério. Aliás, já escrevi em algum lugar que prefiro uma relação divertida a um namoro sério. E pensando bem, a grande maioria das relações amorosas que tive começou no verão. As que valeram a pena pelo menos foram – conforme corrige a minha memória.


Isso pode até ser machismo e talvez seja mesmo... Mas é só uma conclusão qualquer sem nenhum compromisso ideológico: nunca levei a sério as garotas que foram mais fáceis de conquistar. Porque não tem nada melhor que passar trabalho, o fácil não tem graça, a roupa em liquidação nunca é igual àquela peça especial que você pagou em seis parcelas sem juros. Até porque aquelas que demandaram horas de conversa, direta ou virtualmente (porque a internet é um atalho e tanto, não?!), acabaram se tornando mais inesquecíveis.


Acho que a diferença básica mesmo reside no fato de que as mulheres estão sempre procurando amor e nós simplesmente estamos por aí. Nem digo que os homens buscam apenas sexo, já faz tempo que não concordo mais com isso. Se bem que... Não, eu não concordo mais com isso, porém é claro que sexo é essencial. Já terminei relacionamentos porque o sexo era terrível, mas tive que mentir e dar outra desculpa, lógico. Fui cafajeste? Provavelmente, mas porque provocar uma guerra se simplesmente posso bater em retirada sem perder nada no conflito?


Mas é claro que os homens procuram amor por aí também. Não posso acreditar que aquela choradeira das músicas sertanejas não tenha um fundo de verdade. E os poetas, então... Bem, depois de ter um livro publicado com o título “Santo cafajeste” uma série de novos pensamentos em relação a isso pintaram, inclusive mais histórias contadas por amigos que serviriam para uns três livros mais. Ou não, vai saber. Mas eu também acredito em amor e não me envergonho disso nenhum pouco.


E eu já conquistei algumas meninas com textos como esses que aqui estão. Não como esse exatamente, mas alguns mais românticos, direcionados. Teve uma época que eu usava esse talento (?) para me dar bem com as meninas e na maioria das vezes era puro interesse mesmo. E confesso que não me arrependo disso. O que a gente vive vai servir de alguma coisa um dia, experiência, histórias para contar, textos para refletir ou novas mulheres para enganar (machismo!). E hoje percebo que mesmo as garotas que não tratei com a devida importância acabaram me ensinando algumas lições importantes, ou isso aqui nem seria escrito.


*Observação importante: provavelmente este texto é uma desculpa esfarrapada para vender mais livros!

domingo, 24 de abril de 2011

Pouca Vogal, muito rock

Desde que foi anunciado, procurei me organizar para assistir ao show do Pouca Vogal. Eu nunca fui o que se pode chamar de fã incondicional das bandas Cidadão Quem e Engenheiros do Havaí. Mesmo assim, sempre fui admirador de música de qualidade e somente isso já valia para me fazer separar uns trocados do apertado orçamento para investir numa noite de lazer e cultura. O show começou com míseros 19 minutos de atraso, para uma Sociedade Rio Branco lotada acompanhar. Vi algumas pessoas reclamarem, e logo me lembrei do atraso de três horas que o Guns deu a seus fãs quando vieram ao Brasil na última vez.


O cartão de visitas da banda parece ser a simpatia, incluíram uma homenagem a Cachoeira do Sul no meio de uma das músicas. É o tipo de coisa que ganha a torcida. Mas o Pouca Vogal nem precisava disso para agradar. Quando Gessinger e Leindecker começam a cantar seus sucessos de outrora, músicas gostosas de ouvir e dedilham sua habilidade no violão, não há como não se encantar. Não parecia de verdade assistir àquela multidão que se aglomerava na centenária cantando em coro “sonhos que podemos ter”.


Lembro dessa música e desse trecho em especial por algum motivo pessoal, algo como a necessidade de seguir acreditando. É incrível como o Pouca Vogal prova que o rock precisa de músicos com talento para escrever sucessos inesquecíveis, atemporais e para dedilhar solos que fazem você pensar que violão tem vontade própria. As músicas são leves, sem refrões cansativos e a mistura de capacidades de Duca e Humberto é qualquer coisa diferente de tudo que já assisti.


Ainda não havia tido a oportunidade de ver ao vivo o Engenheiros, então foi surpreendente ver Gessinger no palco. Um dos momentos daquele show que vão ficar voltando na minha memória é de quando Duca cantava e Gessinger estava absorto em um mundo paralelo. “O cara sente a música”, foi o que veio no meu pensamento na hora. De cabeça baixa, os longos cabelos loiros ocultavam as notas que eram tiradas no violão, os pés batiam no chão ao ritmo da canção. E ao final de cada música aplausos. E se tudo isso não fosse suficiente, o Pouca Vogal se despede agradecendo à cidade. E a madrugada de domingo ia acabando numa Páscoa embalada com música de verdade, como poucas vezes esta cidade assistiu. E teve gente que preferiu não assistir ao show por cerveja mais barata e que depois reclama que “Cachoeira nunca tem nada”...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sonho e não quero acordar

Sonho com o teu amor, sonho porque parece impossível viver esse sentimento. Não tenho coragem de me confessar, mas planejo todos os dias me confessar. Sonho com um abraço e um beijo, uma cena inesquecível, desenhada em uma tarde qualquer. Sonho com um dia perfeito, não com o resto da vida ao seu lado, sonho apenas com os próximos momentos, e você me chamando de “meu namorado”.


Sonho te dar carinho, te chamar de minha e passear contigo, ou te levar para um show e te assistir dançar, perto de mim, perto... Sonho o tempo todo e não quero acordar. Sonho tanto que muitas vezes até parece real, tem dias que acordo com a certeza de ter sentido o seu perfume, o seu toque. E me pego nervoso, pensando se você me deixaria te amar.


Sonho que ficaremos juntos por um tempo, sonho e não perco tempo com nenhuma cena de ciúmes. Sonho que você diz que me ama e que quer ficar comigo, que precisa do meu abraço para ser feliz. Sonho e não quero mais acordar, só sonhar e pensar e imaginar. Sonho e acho que me esqueço de viver e tentar me aproximar, mas o medo me impede, às vezes até de sonhar.


Sonho que fui te visitar, que vi você na varanda e me convidou para conversar. Que fiquei tímido na sua frente e que preciso ir embora, e você me pede para ficar. E me arranca um sorriso que acaba durando por tanto tempo, e continuo sorrindo até depois de acordar. Sonho um sentimento verdadeiro, um sentimento só meu, um sonho sincero, um amor um tanto singelo, mas só um sonho porque não consigo te amar.


domingo, 17 de abril de 2011

As pessoas mais populares da cidade

A popularidade é um dos temas principais do Formigão que circula nesta segunda-feira em Cachoeira do Sul, mas com o foco voltado para os jovens, obviamente. Para quem tem um discurso contrário ou favorável à popularidade, existe uma série de reflexões importantes a serem feitas antes de desprezar a leitura do que segue. Primeiro, em muitos momentos a sua vida vai estar diretamente ligada à imagem que construiu de você mesmo. Sua fama vai ser o que as pessoas pensam sobre você, sua personalidade não importa. Acostume-se com isso. É a imagem que você vende nas ruas que te destaca na multidão, que faz com que outras pessoas te amem, e te odeiem. Ou que elas nem saibam que você existe, enfim. “Mas eu não ligo para isso”, você pensa. Ok, é seu direito. Agora, vamos ao contraponto.



Em um mundo onde o desemprego impera, todo mundo sabe quem tem mais chances de conseguir uma vaguinha no concorrido mercado de trabalho – a tese de contratação segue a linha do QI ou tradicional “quem indica”. Aliás, o que mais existe por aí são provas vivas de que qualificação, embora essencial, nem sempre assegura um posto. Pelo menos em comunidades menores, ou provinciana como a que vivemos, é mais importante você ser conhecido, ter boas relações, do que ter um currículo impecável. Você pode contestar, discordar e até citar exemplos, mas saiba que regras possuem exceções.



Então ser popular vai, sim, ser importante. Talvez o que mereça reflexão seja a forma como cada um constrói a sua popularidade. E aí o Formigão usa três exemplos interessantes para dar uma descrição de como isso acontece. Uma delas é de uma garota conhecida no meio social. Ela é conhecida por seus títulos de beleza e sua presença nas festas e eventos da cidade. Outro jovem é reconhecido na cidade com seu trabalho em uma rádio e os meios de comunicação instantânea têm esse poder, desde que a pessoa tenha talento para ser diferente. E um terceiro exemplo mostra o quanto a internet pode ser paradoxal – enquanto o cara está cheio de seguidores no mundo virtual, poucos na cidade sabem quem ele é.



E se você ainda não está convencido de que ser popular é importante, tudo bem. Não há problema nenhum nisso, e eu provavelmente concordarei com os argumentos de vocês. A última reflexão é curiosa. Sabem qual editoria do Jornal do Povo é a mais acessada na internet? A coluna social. Sabem o que mais interessa ao pessoal quando sai um Formigão? A lindinha e o gatinho da edição... Preciso argumentar mais?