sábado, 11 de junho de 2011

As pessoas estão mudando e não sei por quê



A minha criatividade anda tão abalada que nem mesmo esse título aí é meu. É a tradução de um refrão de uma música do Keane que me veio agora para ilustrar um pensamento sobre tudo que vem acontecendo. E enfim... Não sei se isso merece uma reflexão profunda. Vou usar como exemplo um cara que admiro, não é artista, nem político, nem um desses malas engajados socialmente em uma causa que depois vai virar palanque político. É um cara simples, estudante de Letras.



Tiarles ou simplesmente Sall, para os amigos. É um cara marcante de personalidade bem estranha. Não, eu não vou te sacanear, parceiro. Na verdade, é só uma coisa que vem me ocorrendo e que vou acabar pessoalizando em ti. Incrível, mas há uns 10 anos eu escrevia textos assim sobre mulheres, e agora é sobre um amigo. Aliás, um dos poucos com habilidade suficiente para me vencer em um jogo de vídeo game. Até pouco tempo, eu e o Sall falávamos sobre o futuro perfeito: um emprego maneiro, umas minas de vez em quando e um barzinho no final do dia para comer um lance (eu) ou só fumar um cigarro às vezes (ele).



Eu já havia abandonado a vida de procura por algumas mulheres para me concentrar em apenas uma, e pensar que achava isso muito impossível até pouco tempo atrás. E o Sall acabou fazendo o mesmo, justo o cara que jamais imaginei que fosse ficar numa sexta-feira à noite em casa porque a namorada mora em outra cidade. É, talvez o amor seja mesmo estranho, tanto que o cara fala da mina de um jeito que me faz pensar: “as pessoas estão mudando e não sei por que”.



Porque talvez a figura do Sall fosse a do herói que eu admirava até pouco tempo. O cara independente, que mora numa cidadezinha desconhecida, que roda o mundo com a desculpa de estudar, mas que no fundo anda só se divertindo, bebendo e sendo um canibal (só os loucos sabem). Mas o cara que “só serve pra buscar o refrigerante” também mudou e justo quando alcança a condição de alfa, decide atar-se. Não, tem coisas que é melhor nem buscar explicação e deixar que fiquem assim subentendidas, como já disse uma música.



É, mermão, enquanto o mundo muda, o mais legal é envelhecer e ficar lembrando cenas como quando você me deu dicas sobre como ser um bom jornalista, lá quando eu engatinhava na profissão. Ou lembrar as gurias que acreditaram que você era um zagueiro argentino e nem sabiam pronunciar teu nome. As pessoas estão mudando e eu sei por que, mas é melhor não ficar falando muito de amor, senão as minas começam a se achar demais.

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