terça-feira, 31 de julho de 2012

Os salões de beleza e o SUS


Foi indo cortar o cabelo em um desses tradicionais salões de beleza femininos (?) da cidade que elaborei essa teoria, que obviamente vocês podem atacar. O problema do SUS que acontece na nossa cidade e no Brasil não tem solução. Os salões de beleza estão aí para provar isso. Veja bem: as pessoas reclamam porque ficam esperando por atendimento médico em hospitais e plantões do SUS. Os governantes sempre, invariavelmente, respondem que não têm grana suficiente para colocar mais profissionais atendendo. Na real, a gente sabe que isso é uma mentira porque sempre sobra grana para apadrinhar os amigos do rei. Mas a leitura que deve ser feita é a seguinte.

Os salões de beleza, principalmente quando há eventos maiores na cidade, não conseguem dar conta do horário de atendimento das dezenas de mulheres que buscam arrumar o cabelo, pintar as unhas, depilar a amiguinha, essas coisas. E as profissionais dos salões normalmente acabam atendendo mais de uma cliente ao mesmo tempo. O que acontece? O horário que estava pré-agendado para as 16h estoura e a cliente só acaba sendo atendida uma meia hora depois, ou mais, dependendo da sorte. O que estou querendo ilustrar é que o problema está concentrado na demanda de cidadãos que buscam o atendimento de saúde. É muita gente para pouca estrutura pessoal e profissional. E mesmo que essa estrutura seja ampliada, dificilmente vai satisfazer a pleno as vontades do povo que não tolera esperar 30 minutos no plantão.

Eu sei que comparar beleza com saúde pode ser trágico nesse caso, mas façam a análise sem rancor em seus corações. Até porque a raiva poderá provocar doenças e vocês vão ter que parar de ler isso e procurar um consultório médico particular onde, não por acaso, irão marcar atendimento para as 16h e vão acabar sendo recebidos pelo médico uma meia hora, ou mais, dependendo de sua sorte.  Aí, para os gestores, parece mais interessante não enterrar os recursos públicos para ampliar o atendimento na saúde, por que, sei lá, não vai mudar muita coisa. 

Não sei se estou exagerando, me critiquem, por favor.

A única coisa que eu acabo concordando nesse tema saúde com os políticos é quando eles dizem que irão incentivar as ações preventivas em saúde. Mas a verdade é que esse trabalho é difícil demais de ser realizado. Simplesmente porque a população só começa a se preocupar com a saúde quando começa a passar dos 40, 50 anos. É um problema cultural, logo os recursos aplicados nessa conscientização e a oferta de exames preventivos tem que ser maciça. Daí, quem está na oposição critica facilmente os investimentos na medicina curativa, sem perceber que a necessidade é de investimentos crescentes nas duas questões. E claro, isso tudo eu aprendi ouvindo pessoas, já que não tenho diploma nenhum na área. 

Nenhum comentário: