Antes que eu fale do vídeo que causou a maior polêmica da cidade esta semana, onde crianças aparecem apenas de roupas íntimas numa festa (?) e sendo filmadas e expostas na internet, deixem que eu fale rapidamente sobre um lance pessoal. Escrevi essa semana um texto ruim, que foi jogado no meu blog e compartilhado dezenas de vezes na internet graças ao Facebook. Não vou entrar no mérito do texto, quem quiser ler, ele está aí no blog. Ele recebeu todo tipo de crítica válida e até alguns ataques que me impediram de dormir durante a semana (mentira).
Quis o destino que um dos meus escritos ruins tivesse repercussão maior do que tudo que já escrevi na vida, e olha que não é pouca coisa. 8 mil visualizações até ontem, mais de 100 comentários Tem notícia histórica de conquista da UFSM, cobertura das duas últimas eleições com entrevistas exclusivas com os prefeitos eleitos, reportagens e até mesmo algumas crônicas que eu pessoalmente adorei que não chegam a 10% disso. Essa valorização que nosso cérebro automaticamente dá às notícias negativas é o que me impressiona e magoa.
Eu posso ter feito coisas incríveis, que sequer se aproximam de um texto infeliz? É a velha máxima: não importa quantas vezes você acerte, se errar estará condenado eternamente. Agora, eu sei como o Lula se sente por ser ligado ao escândalo do mensalão. Não deve ser fácil. Mas é isso, vamos à polêmica que vocês tanto esperam.
Fiquei impressionado com o número de pessoas que desejava ver o vídeo que foi comentado, reservadamente, ainda antes que publicássemos o assunto no jornal. Somente hoje percebi que estamos diante de uma irresponsabilidade institucionalizada em relação ao que estamos oferecendo para os jovens em termos de entretenimento. Vamos falar de fiscalização.
Acredito que o Conselho Tutelar e a Prefeitura foram completamente omissos em relação àquela festa, assim como ao que acontece nas outras. Aliás, o clube também tem responsabilidade porque deveria, no mínimo, saber que tipo de evento ofereceria para seu público – mas isso não me soa, como leigo, tão grave para provocar uma interdição. É uma questão de orientação e regulamentação, acredito. Vamos além.
Não sejamos hipócritas de achar que somente um clube tem problemas desse tipo, até porque quem divulgou o dito evento é concorrente da SUC e repentinamente se calou e será também responsabilizado, pois promoveu a festa cujo conteúdo não era adequado a menores de idade! E isso quem afirma não sou eu, mas a promotora de Justiça. Todos sabem que alguns funks possuem uma forte apelação sexual, não são canções de ninar.
E outro fator que não pode ser esquecido - a irresponsabilidade das famílias. Uma menina que apareceu no vídeo somente de calcinha e sutiã (e não foi a primeira vez registrada em vídeo) foi vítima de tentativa de abuso sexual no ano passado. Que orientação ela recebeu em casa depois desse episódio? E do poder público? Surtiu efeito? Não. Eu não sei vocês, mas não acredito que uma criança de 13 anos tenha consciência de seus atos. Ela precisa de apoio, orientação, no mínimo. E nem precisava dessa maldita condenação que faço aqui também.
Todo esse episódio gerou uma discussão, algo positivo em meio a toda a polêmica gerada. Comecei a refletir sobre os movimentos que temos, onde até menores de idade, que não podem comprar álcool nem cigarro, se posicionam a favor da descriminalização da maconha. Reflitam, senhoras e senhores! Não seria hora de revisar a legislação sobre os jovens, estas não estariam defasadas se levarmos em consideração o acesso à informação que se tem hoje? A discussão sobre a maioridade penal não é nova, é polêmica e as pessoas não querem discutir. Durante essa questão do vídeo, muitos questionaram por que dar importância para o tema. Eu sempre penso que discutir é mais importante do que fechar os olhos. E tem gente que só quer abrir os olhos para assistir ao vídeo...
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