domingo, 2 de junho de 2013

Envolvimento emocional

Não acredito em nenhum relacionamento que não tenha envolvimento emocional. Não acho que nada na vida possa prosperar se as pessoas não colocarem um pouco de sentimento naquilo que fazem. Isso vale para relação de pais e filhos, de namorados, de casais ou de amantes, e até mesmo em ambientes profissionais. Se eu tiver que escolher um dia um profissional para uma empresa, vou querer aquele que se dedica ao trabalho como uma extensão de sua vida, que vibre e tenha paixão pelo que faz. Tenho diversas coisas nessa vida que amo, mas isso não significa que não reclamo, muito antes pelo contrário. Talvez eu faça terapia um dia para me entender. Até lá, eu discuto meus problemas com vocês que têm paciência.
Certamente, que brigas ocorrem e tem horas que sonhamos com um feriado para nos vermos livre do trabalho, só que isso não significa que não amamos o que fazemos. Ou significa? Vou parar de falar por nós e falar por mim porque não sei o que vocês pensam. O texto publicado no jornal é frio, embora eu tire esses pensamentos do coração. Mentira, é do cérebro. O coração não pensa, é só uma jogada de marketing. Escrevo aqui porque gosto. E gostaria até de ser mais simpático ao agradecer às pessoas que apreciam meus textos. Porém, ainda não aprendi a ser falso, por mais que tenha convivido com prefeitos, vereadores e deputados nos últimos anos.  Deixa pra lá...
Foi por falta de envolvimento emocional que um dos meus relacionamentos passados não teve continuidade. Lembro de um lance, com Lis, há uns oito anos, que era baseado somente em sexo. Sim, essa coisa de corpo que não desperta sentimento – apenas faíscas. Tenho certeza que todos já tiveram uma relação com alguém que era somente desejo carnal, tesão e outras palavras que os puritanos preferem não pronunciar. Conheci Lis em meio ao trabalho, ela era casada. Coxas fartas, siliconada, talvez o marido tivesse pago pelos seios perfeitos.
Como trocamos telefones para a reportagem, e nos falamos alguns dias depois, ela confessava os problemas de sua relação. O esposo não dava a atenção que ela precisava. “Ele chega sempre cansado e ignora meus desejos. Você me viu, Vini! Acha mesmo que não mereço carinho?”. Pensem na resposta ideal para essa pergunta, porque a minha foi um desastre. Eu não sentia nada por Lis além do desejo. Queria arrancar as suas roupas de grife, a começar pelos sapatos de salto que tocavam uma sinfonia quando ela se aproximou de mim pela primeira vez.
Acabamos transando, e foi dessas coisas de cinema. Filme pornográfico, eu diria, mas ainda assim algo de cinema. Só que não teve futuro. Não havia envolvimento emocional. Ao menos, não de minha parte. Não havia paixão. E sem paixão, não há vida. É por isso que muitas coisas no mundo me revoltam hoje em dia. Não há emoção. Há adoração ao dinheiro, ao status, ao poder, mas o amor está em segundo plano. E depois, são chifrados e não sabem por que.

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