domingo, 8 de junho de 2014

Fim?

Será que aquela vontade de viver tudo hoje fez não se importar mais com o amanhã? Talvez seja por isso que nada mais tem graça, quando já vivemos tudo que tinha. Só ouço o barulho de um violão dedilhado em meio a mais uma noite fria que me leva para o vazio da multidão. A gente não importa mais, a gente não se importa mesmo.
Será que é fim sempre que o dia acaba assim? Essa mania de explorar o êxtase de todas as relações, de todos os segundos caminhando sozinho, com o sol fugindo da gente. A gente fugindo de dias como aquele em que nos conhecemos. Lágrimas que não se explicam, uma busca que não termina, e a gente resistindo a todas as loucuras que nos atormentam.
Será que aquele desejo de pisar mais fundo fez a velocidade ser insuficiente? Será que correr por todos os cantos fez todos eles perderem a graça e não nos encontramos em nenhum? E cada nota musical é uma ferida se abrindo, e a sensação de ser puxado pra baixo continua. Mais um dia assim, a gente não importa mesmo, a gente não se importa mais.
Será que essas vozes dizendo pra parar são reais, dizendo pra deixar pra lá, são conscientes? Ou só mais uma manipulação, como tudo que vivemos nos perguntando se havia sinceridade nas mentiras de amor que ouvimos a vida toda. Nas mentiras que dissemos e que não fariam mal. A gente não faz mal mais, a gente nunca fez bem mesmo. Eles disseram sem nos conhecer que era melhor acabar. Acabamos com eles, mas não como eles.

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