quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Definindo o amor

Amor é tentar atravessar uma avenida com centenas de carros passando em alta velocidade, e mesmo assim conseguir chegar do outro lado. Amor é mergulhar no mar pela primeira vez, e fazer aquela brincadeira de deixar a onda empurrar seu corpo de volta para a parte rasa. Amor é fazer nada, sentindo uma série de coisas inexplicáveis e absurdas.
Amor é quando você se empolga freneticamente só porque o vento afastou por um instante o calor absurdo da sua cidade. Ou quando você dirige com o som do carro a todo volume. E não liga para as buzinas porque não viu o sinal abrir.
Amor é aquela festa meticulosamente agendada que você foi obrigado a desistir na véspera. E mesmo assim se divertiu. Amor é andar sorrindo no meio da multidão. E ser encarado invejosamente por ela. E nem perceber. Amor é pegar carona sem saber para onde. E chegar exatamente aonde queria estar. Também é se atirar de cima da ponte e delirar enquanto seu corpo não toca o rio lá embaixo. E querer se atirar de novo. E de novo. Amor é encarar uma luta contra um campeão de vale-tudo. Ter medo de sofrer e mesmo assim pisar no ringue.

Amor é o primeiro dia na escola. Sem saber se vai se enturmar. E de repente se sentir à vontade e se enturmar um pouco a cada dia. Amor é perder o emprego na segunda, e não se abalar e ter certeza que o tempo vai trazer algo melhor. Amor é não saber escolher que caminho seguir ao se deparar com uma encruzilhada. É ficar ali parado, pensando pra onde ir, como ir. Amor é tudo pra quem não tem nada. Migalhas para quem se apaixona por tudo. 

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