quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O beijo

Quando nasceu, tímido, mal caminhava. De mãos dadas, de forma simples, sorrisos cândidos e olhares singelos. Foi crescendo e se tornando mais forte, praticamente imbatível. Fraquejou, lutou para sobreviver, por vezes até chorou o seu fim... Hoje, mais vivo e intenso do que nunca, todo seu envolvimento, dia após dia, trouxe a tão sonhada felicidade. O amor... O beijo sintetiza o tamanho do amor...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A espera interminável


Julia e Cadu nunca tinham se visto antes daquele beijo no final da festa. O dia seguinte àquele beijo foi interminável para a menina, que esperava por uma ligação, só queria ouvir a voz daquele garoto mais uma vez.

Deitada no sofá de casa, assistindo televisão sem conseguir dormir, ainda um pouco zonza por causa do som alto da boate, a menina tocava os lábios e fechava os olhos. Era como se lembrasse do momento em que sua boca foi tocada pelo beijo carinhoso de Cadu, Julia parecia sentir a massagem que ele fez em seu rosto enquanto as pessoas iam se retirando da festa. O salão estava vazio e a música, no momento do beijo, tocava somente para eles.

Depois de beijá-lo, ela lhe sussurrou o número do celular, antes de sair correndo puxada pelas amigas para pegar o táxi e voltar para casa. Cadu ficou parado, olhando ela ir embora e não entendia o que estava sentindo, nem de onde aquela menina havia saído tão de repente, parando em sua frente e o encantando.

Tomando uma cerveja com os amigos em um barzinho, ainda de madrugada, Cadu não prestava atenção à conversa, ficou lembrando daquele beijo também. Foi para casa, sem nem perceber o cansaço de caminhar mais de 10 quadras, não parava de pensar em Julia. Mas só o que ele tinha era o telefone dela, nem o nome sabia. Pior, Cadu nem sabia se o número era realmente dela.

Julia esperou o dia inteiro pela ligação do rapaz, nem foi para a prainha com as amigas pegar um sol, como havia planejado. Cadu dormiu a tarde inteira, mas sonhava mais acordado e não tinha coragem para telefonar.

Somente à noite, quando foi ao centro, ele tomou coragem, motivado pelos amigos e algumas garrafas de cerveja, para ligar e falar com Julia. A menina estava a poucas quadras de distância dele, atendeu insegura e com temerosidade quando o celular vibrou em seu colo e quase caiu no chão. Era ele, a espera havia acabado. Combinaram novo encontro, conversaram pela internet e se conheceram aos poucos.

Hoje, ainda os vejo discutindo por assuntos banais, mas fico perplexo com a forma como os olhares deles se encontram... Será isso que chamam de amor?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O Chávez e suas peripécias


Que demagogia, que nada. O Hugo Chávez é o maior malandro da América do Sul, chamou um referendo para ver se o povo quer que ele possa se reeleger infinitamente. "O resultado será respeitado, seja ele qual for", declarou o presidente. Quero só ver, lá o voto é facultativo, mas metade da população já foi pro sim ou não... É no mínimo interessante esta atitude do líder venezuelano, mas tenho até medo se a moda chega a pegar por aqui, no Brasil. Ainda mais em tempos de renovação... Será que vai ter uma campanha Fica, Lula! com os índices de aprovação do nosso presidente tão em alta?

Pensamento do dia




A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes
com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez.


Friedrich Nietzsche

Dinheiro público na folia

Nada contra a festa que é o Carnaval, até vou dar uma passada pelos clubes para tomar uma ou duas cervejas e sair um pouco da rotina. Opa, não é a Gisele quem assina este texto, portanto, as críticas devem vir para mim: Vinícius Severo, um dos esforçados repórteres do JP.
Retornando para a folia, sou contrário ao montante de dinheiro (público?) que está sendo investido para que o pessoal possa descer a Júlio feliz da vida. R$ 100 mil: nem vou adjetivar! A Prefeitura está de parabéns por conseguir esta cifra via patrocínios logo no início do governo.
Eu particularmente acho um desperdício colocar grana que dá para comprar umas três ambulâncias para o Corpo de Bombeiros, por exemplo, em uma festa que vai durar uns dois, três dias.
Por que penso assim? Talvez por pensar pequeno, por ser egoísta, não importa. Aliás, o Péricles ainda me alertou que nem retorno em turismo a folia vai dar, então o dinheiro deve ser para diversão apenas...
E meus motivos: eu não gastaria dinheiro em Carnaval e deixaria de comprar remédios, não deixaria minha família sem comida para poder ir à folia, não jogaria minhas moedas fora enquanto crianças me imploram por algumas delas nas ruas. E a minha sensibilidade acaba me fazendo eventualmente dar a esmola, embora saiba que é errado...
Sei que a grana do Carnaval trata-se de verba cultural, e vou esperar que o Município consiga patrocínio também para projetos de relevância social maior. Aliás, vou torcer por isso. Mas enquanto insisto em ficar em Cachoeira e meus amigos abandonam a cidade por melhores oportunidades, fico pensando se não seria mais fácil dar outros incentivos às entidades para a organização do Carnaval tão defendido. Infraestrutura seria um bom começo. A conclusão que chego é que vai haver divergências e as coisas não evoluem quando isso acontece.
E o Marcelo Figueiró vinha promovendo o Sociedade Convergente, uma ideia que sempre me pareceu impossível ser executada por aqui, na terra das aparências, dos especialistas em porcaria nenhuma e dos sobrenomes que mandam e desmandam à beira do Jacuí.