
A política como ela é
Passa um tempo e o pessoal logo se decepciona e reclama da política. Nada mais natural, afinal são eles a quem nos resta recorrer quando nossa cidade está uma porcaria e o dinheiro dos nossos impostos é aplicado para pagar o salário de um CC primo de um financiador da campanha. Só que a compreensão do povo com relação à política é muito vazia, o que não tira seu direito de reclamar depois da eleição. Aliás, se a reclamação existisse de forma organizada, talvez (só talvez) as coisas poderiam ser diferentes. Quem sabe?
Por exemplo, é inútil acreditar nas promessas que foram feitas durante a campanha porque simplesmente elas só servem para vencer o pleito. Uma boa promessa é metade do percurso, 50% dos votos garantidos. O manual da política explica isso, na terceira página, logo abaixo das técnicas de compra de votos e formas de enganar a população nos quatro anos de mandato. Mas, há um alento. Por mais absurda que seja uma promessa, de repente ela até pode ser cumprida se o cavalo encilhado ficar paradinho na frente do gestor público. Nem vou personalizar minha decepção com o Governo Sérgio Ghignatti, de onde esperava mais, bem mais... Isso como cidadão, esqueça o repórter, prezado leitor.
Os cidadãos precisam ter consciência de uma vez por todas da necessidade de se exigir melhorias, de exigir obras, não importa se todo mundo for um bando de ladrão, ou se eles são todos iguais, ou se dizem que não há recursos. Cidadania é exigir, cobrar, participar! Acredite, leitor, existe esperança no fim do túnel. Existem políticos honestos, ainda que o Google não os encontre, eles estão por aí! E não estão evitando criticar as administrações só porque fazem parte da base governista, como acontece nessas cidadezinhas de interior com vereadores sem coragem de criticar seus líderes.
Ninguém é obrigado a aturar esses discursos fajutos que reclamam de burocracia ou falta de recursos para fazer as obras. Tem tanta coisa básica que poderia ser feita sem dinheiro, mas o pessoal prefere ficar aparecendo em festinha de escolha do presidente do grupo de amigos da casa da mãe Joana. Quem não aceita críticas não cresce, não faz nada, só emburrece num canto e se omite de tomar decisões. Melhor do que rebater uma crítica com raiva é agir e sepultar a cobrança. A política não vai mudar, não tem reforma que chegue a tempo para alterar o caráter de alguns líderes (claro que estou reclamando do Sarney!). O que tem que mudar é a compreensão da população, que não percebe a política como ela é e se omite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário