
A morena
Saiu do trabalho tarde, cansado, louco por uma cerveja e qualquer mulher que não quisesse um compromisso. Estava estressado, o semblante revelava as noites que havia passado em claro pensando do namoro que já não existia mais. Chovia muito, teve de correr até o carro. Mesmo assim se molhou, pisou numa poça de água no meio do caminho e encharcou os pés. Estava frio demais para ficar molhado. Não queria ir para casa. As ruas pareciam desenhar o rumo da casa da ex, mas não seguiu aquela rota. Forças do destino fizeram com que o telefone tocasse e ouvisse um convite.
Não pensou duas vezes e aceitou, era a primeira vez que visitaria aquele lugar tão falado onde o amor estava à venda. O preconceito que tinha pelos comentários das ruas morreu ao se aproximar daquela casa, escondida sob árvores e guardada por dois seguranças na porta. O amigo que havia o convidado apareceu assim que estacionou seu carro. Desta vez, nem fez questão de correr da chuva, queria se molhar mesmo. Cumprimentou o amigo, perguntou como era o ambiente e foi arrastado para dentro.
A escuridão misturada com um jogo de luzes e a música em altíssimo volume não o agradou no início. Em alguns segundos foi se acostumando, ainda mais quando começou a perceber que estava cercado de belas mulheres com poucas roupas. Já não sabia mais para onde olhar, aos poucos o lugar ia o hipnotizando. No bar, muitos conhecidos o cumprimentaram, personagens que jamais imaginara que frequentassem aquele lugar. Era uma surpresa atrás da outra. Pediu uma cerveja e foi atendido pela garçonete mais linda que havia visto na vida e com o uniforme mais interessante: somente de lingerie. Já não queria mais sair do bar por causa de uma morena de pernas grossas que chegara ao seu lado. Pagou uma bebida para a moça e quando percebeu também estava bebendo o mesmo uísque que ela. Não precisou pagar por amor àquela noite. Seu olhar apaixonado, como um rapaz curioso, atraiu aquela jovem, que tinha tenros 20 aninhos. Ganhou amor de graça, enquanto o amigo pagava por prazer em dobro.
Retornou para casa com o bolso cheio, do mesmo jeito que havia saído, mas com a cabeça vazia.
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