domingo, 13 de setembro de 2009

Ficando velho

Pois é, um quarto de século e sinto que minha barba finalmente começou a engrossar. Talvez eu tenha realmente atingido a maturidade há algum tempo, mas sinto que os últimos anos estão me fazendo rejuvenescer ao invés de me tornar mais chato, mais resignado. Não tão menos insuportável do que eu gostaria, mas acho que está acabando mais uma fase de recordações, preciso trocar a música da minha vida. O tempo de cantar despreocupadamente parece ter ficado lá pra trás e o futuro vai passando e fico lembrando do início dos anos 2000, quando ainda não tinha esse monte de compromissos e não entendia metade dessas sacanagens que hoje afligem minha cabeça e me fazem parecer ter já 50 anos ao invés destes 25 (falo da política...). Reclamar se tornou um verbo muito mais prazeroso de usar, mas nunca pensei que essa sensação de impotência com relação aos erros do mundo iriam me tornar tão contundente.
O tempo se vai e eu sigo sentindo que ele passou por mim e nem notei. Não culpo ninguém além de mim mesmo pelas coisas que deixei de fazer, mas hoje não parece mais correto agir irresponsavelmente, sair mundo afora atrás de aventura ou rabos de saia. Talvez ainda dê tempo de recuperar os dias perdidos e começar uma nova história, dar início a uma fase empreendedora, conquistar valores diferentes ao invés de simplesmente ficar inflando o ego com ninharias que não enchem o prato de comida. Cheguei aos 25 anos e sinto que sou alguém respeitado e até de certa forma admirado, talvez mais por mim mesmo do que pelos outros. Ao menos nisso, essa idade me mostra uma mudança, porque antigamente eu não merecia nenhum elogio que viesse de mim. Hoje sou mais condescendente com meus pensamentos e até concordo com eles invariavelmente. A convicção que me fez suportar provações que poucos tiveram de passar também me prova que estou indo na rota certa, ainda que ali adiante acabe colidindo. Não interessa, quero mais desses 25... Quero outros 25 melhores que esse. Envelhecer é uma merda boa.

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