quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O cara


Até bem pouco tempo eu era aquele cara que invejava a vida dos outros e maldizia a minha própria sorte. Talvez porque tive que batalhar demais pra atingir meus objetivos e ter grana suficiente pra poder comprar o mesmo tênis bacana que os playboys conseguiam com os trocados de seus pais. Isso sempre me incomodou, até criei um certo preconceito com essa camada da alta sociedade, que costuma cuspir na gente lá de cima. Se eles soubessem que a vida é uma roda gigante, não fariam isso. Todos devem aproveitar o seu momento e essa vidinha burguesa pra mim não tem significância, nem conteúdo algum.
Até bem pouco tempo eu era um cara que me dedicava que nem um louco e que se encantou quando viu os resultados que isso ia revertendo na vida. A infelicidade foi ver a pessoa que eu mais amava me abandonar durante essa luta, mas algumas lições como honestidade, trabalho duro e respeito haviam ficado. Ele não resistiu a uma traição covarde, um roubo descarado de um sem vergonha que ainda anda pela cidade arrastando seu orgulho mesquinho. Sou o cara que aprendeu a detestar mentira, traição e falsidade.
Hoje eu sou um cara que tem opinião, que cresceu na adversidade e conquistou um pequeno espaço num também pequeno município, contrariando o que muitos diziam. E sou um cara que não tem mais humildade, nem ingenuidade. Sou o cara que aprendeu a enxergar a maldade e a incorreção no perfil de qualquer pessoa, que sabe detectar uma sacanagem há quilômetros, capaz de descobrir com antecedência quando uma polêmica vai vir à tona. E sou capaz de dar exatamente os traços desses fatos, tornando-os interessantes para pessoas que se preocupam com alguma coisa além de comprar bobagens na rua.
E sou um cara que aprendeu o valor de um amor de verdade e que cresceu muito com isso, que descobriu o quanto é importante ser sincero e acreditar no que sente. Eu sou o cara!

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