domingo, 11 de outubro de 2009

Fim de carreira

Nem parece que há uma semana eu estava quase abandonando a minha carreira de jornalista porque minha cabeça estava afetada com uma série de problemas de ordem pessoal. E eu ia deixar de lado todo esse sonho que são os momentos que a gente vive cobrindo fatos históricos ou casos do cotidiano das pessoas, ia abandonar essa maravilha que é contar uma história e provocar uma série de sentimentos nas pessoas. Incrível, eu estava mesmo perdido. Ainda bem que tive a orientação certa e decidi permanecer como repórter de um dos jornais mais influentes do interior do Rio Grande do Sul, o Jornal do Povo.


E foi basicamente por isso que eu fiquei. Sem humildade nenhuma, eu fiquei porque queria continuar oferecendo a este povo, do jornal, os meus textos e uma história imparcial dos fatos. Mas também porque não queria abandonar essa cidade, ainda mais em um momento em que percebo que ela parece andar pra trás. Não larguei minha carreira porque simplesmente não consegui me desfazer da jornada maluca de trabalho que inicia na primeira hora da tarde e não tem hora pra acabar.



Não dei um fim na minha carreira porque eu não saberia viver longe da informação, a fonte inesgotável da juventude, como diz o mestre Ricardão. Como eu conseguiria passar sem cobrir uma reportagem que te enche de curiosidade e vontade de escrever só por causa de uns trocados a mais? Não sei, não lembro o que passava na minha cabeça. Só sei que hoje eu fiz uma reportagem que voltou a dar o velho tesão de ser repórter, aquelas histórias de dramas pessoais que te provocam, te fazem buscar todos os lados de uma situação para chegar o mais perto possível de uma solução ou um desfecho.



Meu editor sempre ressalta que o jornal tem que ser conclusivo e oferecer um texto claro. “Nós não podemos deixar os leitores com dúvidas, senão não vamos cumprir bem a nossa missão”, discursa ele, dentro de uma bolha, antes de sair pra fumar o oitavo cigarro do dia. Ele tem razão, e a autocrítica que me faço quando não atinjo esse objetivo é por vezes bem maior que a mijada que recebo. Mas basicamente, é por tudo isso que não abandonei essa carreira. Eu escolhi seguir trabalhando no que gosto ao invés de ganhar mais dinheiro. Isso parece estúpido para muitas pessoas. Ainda bem que eu sempre me preocupei com a minha opinião!

2 comentários:

Jimi! disse...

seria uma perda e tanto pro jornal do povo, só sei disso! Continua por aqui que nosso povo aculturado te agradece, mesmo sem saber!

AWWF disse...

seria uma perda e tanto pro jornal do povo [2]