São 23h12min exatamente de terça-feira. Por incrível que pareça, produzi poucas reportagens hoje, a cobertura diária da Feira do Livro, que ainda não está empolgando o pessoal, uma matéria sobre a polêmica das cotas raciais, derrubada na Justiça, uns trabalhos dos representantes do povo (eles mesmos, os vereadores) e pra fechar, com uma dedicação louca, uma reportagem sobre a vinda do Mano Changes, amanhã cedo à cidade pra falar sobre o crack. Eu nem precisava fazer essa reportagem, não era uma obrigação profissional (todos os dias, temos uma série de matérias que “precisam sair”). Mas veio uma obrigação pessoal, a vontade de ser parte de um trabalho exemplar de combate ao uso de uma droga que faz a gurizada se matar, se prostituir, roubar e entrar no mundo do tráfico. Uma droga que não devasta, destrói famílias, sonhos, projetos. Uma droga terminal. Foi por isso que resolvi fazer a matéria e convencer meu editor a dar um espaço pra ela no jornal de amanhã. Como jornalista e a falta de tempo que essa profissão nos implica, é raro poder abraçar causas exemplares como essa. E quando elas surgem, a vontade que dá é fazer algo mais do que simplesmente ficar com a bunda sentada na frente do computador escrevendo um texto mobilizador.
No entanto, foi só o que eu fiz: uma reportagem. Contei uma história sobre a vinda do deputado e amanhã, cedinho, vou lá acompanhar essa palestra e aprender com ele um pouco mais sobre o uso do crack. Como a maioria de nós desconhece o tema, é interessante se aproximar e tentar conhecer o drama de quem vive, mas também se transformar em cidadãos conscientes capazes de retransmitir e multiplicar essa mensagem (é como quando tu entende tudo do teu time e convence um amigo que ele é o melhor, saca?!). Vou aprender mais sobre o crack e descobrir mais motivos para me manter afastado das drogas pesadas como essa (eu bebo, não fumo, mas falo palavrão). E amanhã, ou depois mesmo, eu venho aqui e conto pra vocês o que aprendi. E vocês fazem o mesmo, fechado?
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