sexta-feira, 28 de maio de 2010

Por favor, vá se fuder!

Acho que eu sempre quis perder a educação de verdade, mas a educação e a necessidade do politicamente correto eventualmente me impediram de fazer isso. Hoje, a falsa liberdade de expressão que temos nos engana e nos faz acreditar que podemos, sim, ter opiniões bem estruturadas. Escrever textos claros, embasados e com argumentos e exemplos parece não funcionar mais. Pessoalmente, pelo menos por hoje, estou desistindo da educação e da tentativa inútil de falar qualquer coisa que faça sentido.

A triste realidade é que em lugar algum eu posso mandar ninguém se danar. Não adianta nem começar com “por favor, amigo, vá se fuder”. Ou então: “com todo respeito, senador, mas por que o senhor não vai tomar no seu cu, excelência?”. Se eu disser algo assim na primeira situação, arrisco perder uma amizade. E na segunda, vou preso.


O engraçado é que o senador pode empregar todos seus parentes que nada acontece, pode desviar o imposto que paguei quando comprei uma televisão nova para viajar com suas prostitutas para Paris. E nenhum deles vai preso, por mais absurdo que seja o crime cometido. E eu queria dizer às vezes pras pessoas abrirem os olhos e enxergarem o grande número de filhos da puta que entram para a política para se livrar do xadrez. Eu queria que as pessoas se revoltassem toda vez que eles alteram uma lei para se autobeneficiar, queria que a população não deixasse que seus patrões, nem os políticos, nossos empregados, fizessem merda com nossas vidas e nossos direitos.


Só que as pessoas são burras ou individualistas demais para enxergar coisas assim. É muito mais fácil desistir e ir até a lotérica pagar as contas e esperar o 13º salário para passar três dias na praia. Quem se importa se o país gasta bilhões para sustentar os políticos por ano? Eu tento acreditar que essas coisas vão diminuir, mas sou apenas um imbecil com um sonho mais ridículo que a minha cara de pau de vir aqui escrever esse monte de merda. Ah, não gostou do que leu? E eu com isso?!

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