quinta-feira, 15 de julho de 2010

A estagiária

Esta semana apareceu no Jornal do Povo uma nova estagiária. Cabelos lisos, curiosa, normalmente sorrindo, pedindo ajuda... Deve ser complicado ser estagiário, eles começam tropeçando, mas ela não. Mesmo com o mau tempo (horrível mesmo, faz um frio terrível), ela encarou o desafio de produzir reportagens e começou emocionando Cachoeira escrevendo uma matéria sobre o manifesto do Imama. Poderia ser apenas mais uma reportagem sobre uma caminhada, mas não é que a estagiária em seu terceiro dia surpreende a todos e apresenta um texto leve, bem escrito e detalhado, que transborda emoção para quem lê.

Foi uma surpresa, mas não apenas por esse desdobramento. Inicialmente, o desfile de roupas elegantes, com botas da moda, lenços extravagantes, acessórios como anéis dourados e unhas no estilo francesinha, a impressão que deu, exibindo seu quiche (que diabos é isso?), era de que não passava de mais uma patricinha mimada.

Extrovertida, como toda mulher bonita, também surpreendeu por seu jeito delicado, educado e suas caretas indecifráveis, que mostrava enquanto tentava desvendar os mistérios de uma pauta qualquer. Não dá para entender por que essas meninas chiques subestimam a nossa inteligência. Acreditam que ela disse que a maioria dos homens não sabem o que é uma francesinha... Não sei com que tipo de homem ela está acostumada a conviver, mas nós notamos, sim.

De qualquer forma, a estagiária deu um novo colorido ao ambiente cinza que pairava nos últimos dias sobre a misteriosa e meticulosa redação do Jornal. E para a tristeza daqueles que se emocionaram com o texto sobre o câncer de mama, provavelmente a estagiária não deve continuar na área do jornalismo. Não posso deixar de lamentar, ainda mais porque ao contrário deste que escreve a estagiária possui toda uma base teórica para emplacar na profissão. Mas tomara que assuma tribunais e não tire bandidos ou traficantes da cadeia.

A estagiária está nos abandonando. E embora sua passagem meteórica, conseguiu deixar sua marca e pessoalmente posso dizer que vou sentir falta do seu sorriso e seu olhar de indagação e dúvida e do seu aguçado faro jornalístico, que ela nem sabia que tinha. Boa sorte, Flávia.

2 comentários:

ADROALDO BORBA disse...

Quando estagiei, ninguem escreveu texto sobre minha passagem! Tá certo!

Sall disse...

P?