O período de um ano é sempre igual, são 365 dias em que você dá risada, chora, grita, discute, briga, fala besteira, faz festa, trabalha, paga contas, cai na rotina, foge dela, ama e se apaixona. Agora, também somos reféns da internet, então tuitamos, postamos, blogamos e comentamos, adicionamos amizades, ao invés de conquistar, seguimos pessoas sem nem estar perto. Mas as mudanças na personalidade, no comportamento e a velocidade do amadurecimento podem ser bem distintas neste mesmo período de 12 meses.
Envelhecer não é necessariamente amadurecer, mas é com certeza aprender, errar, acertar, viver. E errar é criar a condição para não repetir uma bobagem no ano seguinte, ou na oportunidade seguinte e ter a possibilidade de ensinar ou aconselhar os outros a serem melhores do que fomos. Envelhecer e viver são palavras que rimam e combinam e são fases certas da nossa passagem por aqui, assim como a morte e o encontro com São Pedro, ou com Lúcifer, dependendo da sua vida aqui embaixo e das suas crenças. Eu gostaria que depois de morto fosse parar em uma ilha paradisíaca recheada com todas as mulheres que um dia trovei e que me deram fora, de preferência aquelas que me apaixonei ou me encantei por um tempo maior do que 37 segundos. E para subir ao céu eu deveria finalmente conquistar uma a uma. Acho que essa seria uma boa penitência para a minha vida pecaminosa. Aliás, o melhor de envelhecer é quando você pode encher o peito para dizer que aproveitou a sua vida, para orgulhar-se de afirmar que viveu intensamente, tanto os momentos bons quanto os outros. Eu me esforcei quando estava na pior e hoje às vezes até choro por ver o quanto tudo melhorou. Lamento os amigos que ficaram pelo caminho, mas comemoro tê-los conhecido. Sinto falta dos amores do passado e acho maravilhoso ter aprendido com elas a valorizar coisas como o romantismo e a sinceridade.
Mais velho, mais sábio, mais experiente, ou talvez não... No final das contas, acaba sendo engraçada a transição de guri para adulto, mas não consigo deixar meu lado adolescente morrer. Eu gostaria de manter algumas características jovens, principalmente a capacidade de me revoltar, a impetuosidade, a vontade de crescer e de aproveitar mais, sem me importar com o envelhecimento. E o tempo vai passando, o texto vai ficando mais comprido e o fim não parece tão próximo. A vontade é de aproveitar cada letra, cada linha, cada parágrafo como se fosse o último, mas não sei como essa história vai acabar. Talvez ela não acabe jamais, se ficar marcada na memória de alguém em uma frase, em um sorriso ou simplesmente em uma vaga lembrança.
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