terça-feira, 28 de setembro de 2010

Quando arriscar vale a pena

Era aniversário de um político importante e aquela noite parecia destinada a ser eternamente lembrada entre um seleto grupo de amigos. Talvez não eternamente, mas por alguns anos, já que nada além das baratas é eterno. Lembrando agora, aquele dia era de trabalho, mas ainda não sei por que diabos eu e um parceiro nos vestimos socialmente, com terno.A noite iniciou na casa de um amigo, embalada por um concurso no pior estilo Silvio Santos: “qual é a música?”. Esse amigo me avisou que uma coroa enxuta estava interessada em mim, mas apenas para uma transa casual naquela noite. Desprezei as intenções dela. Na verdade, acho que senti pressão de encarar a experiência da tia e tomar um verdadeiro chá na cama, enfim. Nenhum homem gosta de falar das suas derrotas sexuais, mas como nem entrei em campo, ou cama, naquele dia. Vamos seguindo. Saímos dali rumo a um estabelecimento gastronômico recém inaugurado. Isso foi há uns quatro anos e hoje o lugar virou uma dessas lojinhas de artigos baratos, mas isso é só para encher linguiça (agora sem trema).

A próxima parada era na festa de aniversário, onde o político (que está em campanha atualmente e, por isso, terá seu nome preservado para que este texto não pareça propaganda) era também o astro de um show musical em ritmo latino. Logo na entrada, meu amigo Sall comprou um daqueles charutos cubanos. Uma hora depois, eu e ele faríamos muita fumaça numa outra festa em que nos aproximamos de um grupo de garotas cults, que ostentavam em seus copos plásticos a bebida conhecida como Absinto. Uma paixão das antigas, uma menina excêntrica dona de uma bunda sensacional e outra gatinha pequenina que mexeu com meu amigo.

Mas por que diabos o título desse texto fala que arriscar vale a pena. Simples, porque nós usamos um veículo da empresa para levar essas três garotas para casa. O carro circulou pela madrugada e dentro dele aconteceram cenas de flerte, conversas engraçadas e foram cantadas músicas do Guns N Roses por jovens bêbados praticamente sem voz. Arriscamos nossos empregos naquele dia, e essa lembrança hoje – de tantas coisas simples, mas incrivelmente empolgantes – é que prova que arriscar vale a pena. Porque a vida é como o pôquer, se você não apostar algumas fichas nunca, jamais vai ganhar um pote cheio de mulheres, digo fichas.

Um comentário:

rodrigo husek disse...

realmente a vida é como poker, ou você sai da mesa, ou arrisca as fichas.