terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

O fracasso dos crisianos

Qualquer semelhança com a realidade vai acabar sendo mera coincidência. Existe um vilarejo pouco desenvolvido no planeta Seven - Crisis, habitado por seres que ignoram a existência de vida inteligente na Terra. Dizem que o destino, o futuro e o comportamento daquelas criaturas, muito parecidas com seres humanos, são reflexos de seu passado e que seu desenvolvimento está atrelado a uma época distante, onde os crisianos mais ricos dominavam o lugar.

Buscando na história, é possível descobrir como iniciou o processo de colonização do vilarejo Crisis. Quando um colonizador despejou suas tralhas ao descer de sua nave, havia desocupados sobrevoando o lugar. Judah iniciou a construção de seu lar, enquanto os viajantes espaciais começaram a colocar defeitos no projeto desenvolvido por ele, dizendo que não daria certo. Judah tentava não dar importância, mas as opiniões continuavam vindo como meteoros, e ele alterava sua idéia. Acabou demorando demais, e a casa ruiu porque ele não calculou os efeitos da gravidade. Os viajantes deram de ombros, então e voltaram ao seu passeio espacial.

Judah espalhou a notícia sobre Crisis, exatamente no centro de Seven, um lugar que tinha tudo para crescer e se desenvolver, pois poderia ser um ponto de distribuição espacial. Foi então que parentes dos viajantes começaram a habitar o lugar. Judah possuía um pequeno comércio de peças para naves e sonhava em crescer e ter sua própria fábrica. Ele então aceitou a parceria de um sobrinho dos viajantes - Kalil, que havia herdado uma fortuna. Kalil fez com que Judah desistisse de suas primeiras ideias para apostar em outro negócio. Como Judah aceitou a sugestão, que não vingou, acabou ficando sem nenhum trocado.

Kalil então aproveitou sua fortuna para roubar os projetos iniciais de Judah e tocar sozinho o negócio, se tornando um dos maiores empresários do espaço e dominando a via láctea. Amargurado, Judah começou a tomar porres astronômicos e ficou perdido no espaço. Atualmente, milhares de anos após, os herdeiros de Kalil seguem mandando no pedaço, alguns deles sempre colocam barreiras nos planos dos netos de Judah que apareceram tentando investir e trazer novas visões para o lugar.

Dizem que os habitantes de Crisis são resignados com sua situação e jamais pensaram em cobranças fortes pelo desenvolvimento do lugar, que apesar de todas potencialidades, viu suas áreas vizinhas, antes desabitadas, crescerem de forma magnífica. Outros creditam à inveja o fracasso daquele vilarejo, à cobiça de muitos em detrimento do crescimento social do lugar como um todo. Nem os próprios crisianos acreditam no sucesso do lugar e não investem seus proventos dentro do vilarejo, fazendo com a que a economia fique como a era glacial. Os crisianos preferem as festas e a vida social de Crisis, não se importando muito com o crescimento. Nem quando apresentaram um plano de crescimento estratégico do vilarejo espacial, a ideia foi abraçada. Há muita competição política em Crisis e as poucas forças lá existentes conseguem derrubar a voz dos poucos que se atrevem a questionar.

E os crisianos também não cobram investimentos do comandante espacial, não exigem melhorias e no fim das contas são obrigados a mandar seus filhos embora para a Terra, pois dizem que lá não há vida inteligente, mas sempre dá para arrumar uma boquinha com algum político.

2 comentários:

Anônimo disse...

Conheço um lugar que tem uma história parecida com essa! ahaha

Carlos Dreyer disse...

Vida inteligente não em Crisis nem em outro lugar conhecido desta galáxia... Mas parabéns, Vinicius!