sexta-feira, 15 de julho de 2011

Eu tenho um objetivo


Eu iniciaria esse texto parafraseando Mandela e colocando no título "eu tenho um sonho", mas não sou utópico, por isso a opção pela palavra objetivo. Vivemos um tempo em que é fácil escrever um discurso. Talvez não escrever, mas copiar. Os textos mais importantes da história são descobertos pelo Google em menos de um segundo. A reflexão que me faz escrever isto - a uma hora da madrugada de uma sexta-feira - enquanto a televisão passa o Programa do Jô e tenho uma discussão filosófica com uma amiga, é a respeito do momento de discussões que toma conta de nossa cidade.


São assuntos que provocam manifestações de toda sorte, de todas as formas, apaixonadas, exaltadas, mal-educadas, sinceras, mentirosas, políticas... De tanto acompanhar a política, por vezes, fico com a impressão, provavelmente errada, de que um prefeito, vereador, deputado sempre terá um argumento capaz de sustentar qualquer tese, desde que tenha alguma vantagem em cima disso, seja eleitoral, seja um carguinho ou dinheiro no bolso. Talvez, e muito provavelmente, eu esteja errado. Mas é um pensamento de momento.


Sou criticado se disser que sou colorado, sou criticado se tiver opinião em relação a um tema de repercussão comunitária, independente da posição que assuma. E serei xingado se disser que votei no José Otávio Germano, mesmo depois das acusações sofridas por ele em torno do caso da fraude do Detran. Não provaram nada contra ele, que segue sendo uma saída para minha cidade sempre que se precisa de uma briguinha para receber um pouco de atenção de Brasília. O que acho interessante é que perdi a coragem de expor essas opiniões, independente de quem estarei desagradando.


Talvez porque eu goste de rock e o estilo tenha me ensinado a ter atitude e até mesmo objetivo – não um, mas vários que convergem em uma mesma direção. Por mais atraente que tenham sido propostas para sair da cidade para outros rumos profissionais, não consigo me afastar da experiência de escrever literalmente a história todos os dias. Escrevi sobre eleições, sobre brigas, relatei decisões importantes e no momento acompanho de perto e, quando posso até opino, sobre duas das principais discussões comunitárias da cidade que me ensinou a ser o que sou até hoje – um cara que anda de ônibus, e que acha o preço caro, mas que tem um objetivo, único e singelo: contar histórias.


E se não consigo escrever verdades, ouvindo mentirosos às vezes, pelo menos, quando deito a cabeça no travesseiro, tenho sempre a certeza de ter me esforçado ao máximo para chegar o mais próximo possível dela. É a paz que encontro em minha vida e que não vejo do lado de fora da minha casa. E só para não terminar isso sem copiar alguém, justifico com uma frase do eterno Bob Marley: “sou louco porque vivo em um mundo que não merece a minha lucidez”.

Um comentário:

PINAMAR disse...

Congratulations for your blog!!