quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Exploração

Quanto mais eles ganham, mais eles querem. É uma dificuldade para as classes trabalhadoras assegurarem boas remunerações, porque entram invariavelmente em terríveis brigas com os sindicatos patronais. Perseguições, líderes que nascem e entortam para a política, onde esquecem os princípios da classe que antes defendiam para servir aos interesses dos que agora enchem seus bolsos.



Parece heresia para os patrões quando um funcionário decide se rebelar, questionar, se indignar. Por que eles agem assim, quem ensinou a tática da opressão? Se o camarada reclama das condições de trabalho ou salariais, uma das respostas mais recorrentes é dizer que a porta está aberta para que saia. Pelo menos funciona assim nas sociedades não evoluídas. E se o profissional decidir mobilizar os colegas para uma greve, um protesto, será o primeiro nome na lista dos dispensáveis, independente de sua competência ou dedicação.



Avaliação de dedicação não é subjetiva, assim como a qualidade do produto final pode facilmente ser notada. Mas nada disso muda a visão dos senhores feudais do capitalismo moderno. O suor vale menos do que a peça estragada da máquina. “Maltratem seus funcionários, façam com que percebam que no fundo eles não são necessários. E quando um se rebelar, coloque-o na rua para que sirva de exemplo aos demais”. Isso deve ter sido dito nas palestras onde estes senhores aprenderam a conduzir seus empreendimentos.



O problema é que todos estão preocupados demais em encher somente a sua sacola com as moedas de ouro que ficam no final do arco-íris. E não importa se na corrida para chegar lá, eles precisem humilhar empregados, assassinar os sonhos de outros, sonegar e roubar.



Talvez por tudo isso, reconheço mais méritos no filho empreendedor que não quis seguir na empresa do papai abastado do que no seu irmão que ficou com um cargo de chefia. Enquanto o primeiro inova e cria um novo nicho de mercado, gerando novos empregos e movimentando outra cadeia produtiva, o outro se acomoda para garantir a continuidade do modelo que vai destruindo sonhos de trabalhadores ao longo dos anos. Trabalhadores sem partido, sem ideologia, sem sonhos. Para o povo trabalhador, que realmente produz a riqueza do país, a ideologia é garantir diariamente seu sustento e pagar seus impostos – diferente do que muitas vezes faz o seu patrão.

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