Acho incrível como a internet se tornou uma aliada das pessoas para definirem o que elas sentem. Não é preciso pensar, basta pegar qualquer postagem compartilhada por alguém que nunca foi visto ou de um poeta que do nada vira uma unanimidade (CFA) por pessoas que jamais leram um livro e pronto. “Fato” - comentam os internautas sobre as frases que parecem ter o poder de desvendar suas almas. Esses textos se encaixam para o momento, e a internet é instantânea, eu deveria entender. Mesmo assim, acho incrível esse lance.
Infelizmente, não tenho esse poder de encontrar por aí nada que me defina ou que diga o que no fundo sou. Raras vezes encontro frases que se encaixem ao meu momento. Acho que até invejo quem tem essa capacidade de usar o que os outros sentem para explicar o que seu próprio coração esconde. Talvez eu não consiga porque sou uma confusão inexplicável de todas as ideias que tenho o tempo todo. Não gosto de concordar, mas não brigo divergindo. Não gosto de verdades absolutas porque sei que são no fundo ancoradas em mentiras frágeis. Perdoem-me, mas escolhi definir o que eu sou e o que sinto, e não copiar nada dos outros. Preconceito? Provavelmente.
As definições que entopem a internet me fazem refletir, parar e pensar. Algumas vezes, merecem um curtir, quiçá compartilhar. Mas elas não têm esse poder de ler minha alma. Vasculhei diversos livros atrás disso. A influência deles me fez mudar conceitos, preconceitos e até mesmo consolidar algumas ideias. Na verdade, eu nem queria que esse texto fosse uma coisa pessoal, mas é difícil fugir disso (eu deveria apagar esse trecho porque é só uma desculpa esfarrapada).
Não consigo gostar de escrever nada na minha vida para apagar depois. E só deleto minhas histórias quando encontro os erros de português. Muito provavelmente, o bacana seja fazer o mesmo com as pessoas que colocamos em nossas vidas, não sei. Como eu disse não há verdades absolutas. O que acho é que só devemos apagar da nossa história quem se transformou em um erro. E isso vai ser decidido na subjetividade de cada um, de decidir o que foi um erro, um acerto ou só mais um caso de boate.
E tudo que o mundo copia e compartilha não vai mudar a sua capacidade de avaliar o que fazer. São opiniões e na maioria das vezes elas só vão servir para nos distrair. Gosto da frase de um amigo que diz “Não choro em velório”, ela expressa bem esse meu preconceito de perder tempo com o que os outros acham que eu deveria fazer. A escolha é minha. O lucro e o prejuízo, também.
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