Vou começar um exercício novo aqui. Talvez
sejam algumas confissões, talvez seja para me ajudar. Bem, um dos meus piores
defeitos é falar sem pensar, e é sobre ele que inauguro a série sobre as coisas
que preciso mudar e não consigo.
Não sei se todo defeito precisa ser corrigido,
e nunca tive a intenção de ser perfeito. Vejo que muitos acham maneiro falar
que não nasceram para agradar ninguém. E por muito tempo eu pensei assim
também, talvez ainda pense, enfim. Estou escrevendo sem pensar, mas é só um exercício
para mostrar como pode ser frustrante fazer isso.
Uma das minhas características mais comuns é
criticar, a tudo, a todos, e quase nunca a mim mesmo, embora eu tenha muitas
coisas que eu gostaria de dizer na minha cara. Tipo me agarrar pelo pescoço e
dizer assim: “olha aqui, Vinícius...”. É, colocar uma pressão mesmo. Bem, deixa
pra lá. O problema é que essa mania de criticar me
coloca em situações complicadas, no trabalho, na vida pessoal, amorosa, e até
com gente poderosa, ou que acha que é poderosa. Enfim, falar sem pensar é
terrível, e talvez seja uma questão de deselegância também. Talvez não. Sei
lá...
Vejam, já estou pensando ao escrever. Não tanto quanto deveria, mas
estou. E isso me faz refletir. Não vou apagar nada disso para o texto ser o
mais honesto possível, então se tiver erros já sabem por quê!
Falar sem pensar é de um egoísmo estúpido. Vejam
só... Estamos reclamando muito do frio atualmente. De dentro de nossas casas
climatizadas, de nossos carros sofisticados, bebendo nossos vinhos importados e
até embaixo da nossa pilha de cobertas. Pois dia desses, quando o vento estava
assobiando, como se diz, vi um menino de pés descalços próximo ao meu local de
trabalho, vestia uma calça de moletom rasgada e uma camiseta. “Não tá com frio,
cara?”, perguntei. “Não, tio. Mas a mãe vai me bater, porque eu tava jogando
bola com essa roupa novinha”, disse o moleque, passando a mão no cabelo com o
corte estilizado igual o do Neymar.
E me senti um imbecil por reclamar do frio,
por falar que acordar cedo é um sacrifício. Essas coisas que costumo falar sem
pensar... E agora percebi como são importantes essas campanhas do agasalho,
quando exercemos uma coisa legal e até socialista de dividir o que temos com
quem precisa. Essas campanhas são alguns exemplos de que nosso mundo, embora
muitos insistam em teorias da conspiração, ainda não está perdido, e de que tem
gente que se preocupa com os outros. E eu acho que também não estou perdido e
escrever sobre as asneiras que faço por falar ou postar sem pensar me ajuda a
diminuir o prejuízo que isso me causa.

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