A derrota do Internacional para o Botafogo na noite de hoje
pode ser explicada pela característica falta de ambição tática. Essa definição,
se ainda não existe, explica os inúmeros passes errados e até mesmo a falta de
iniciativa vermelha durante toda a partida. O Botafogo iniciou o jogo como se
estivesse em casa e fez até mesmo a pressão inicial dos primeiros 15 minutos
sobre a equipe de Dorival Júnior.
Os jogadores colorados não encontraram a equipe do Botafogo
durante praticamente toda a partida. O treinador, depois da derrota, disse que
o time não encaixou e assumiu a culpa. Nobre, mas a culpa não é somente dele,
frise-se. Não é porque em diversos lances de bola perdida por erros de passe os
jogadores não voltaram correndo para o prato de comida, preferiram ficar
desapontados com cara de fome. E tudo estourou na defesa, que pelos lados ficou
fragilizada. O Inter não se aplicou na marcação e marcou passo em um jogo em
casa.
O Campeonato Brasileiro é longo, não é preciso fazer terra
arrasada, mas quem viu o jogo deve ter notado que em nenhum momento a equipe
gaúcha pareceu ter ambição tática para vencer a partida. Isso é fundamental
para um torneio disputado como esse. É importante manter um padrão, e apesar de
alguns resultados ruins, o padrão vinha sendo mantido mesmo com jogadores
reservas. Os titulares entraram e houve também a tradicional síndrome da
vitória garantida. Isso não pode acontecer. Nós sabemos que temos um bom
elenco, com algumas carências, mas não pode faltar entrega dentro de campo. Não
faltou, mas até o treinador colorado admitiu o que todos viram no jogo, o
adversário se entregou mais.
E os campeonatos são vencidos pelos times que se entregam
mais, quando um jogador permanece machucado em campo, com uma bandagem para
segurar um corte na cabeça. Um lance no jogo de hoje me mostrou que o Botafogo
estava mais motivado. Uma jogada que não valia nada, quando o Inter saía para o
contragolpe com o lateral esquerdo Fabrício. O atacante Vítor Júnior parou a
jogada e colocou a bola pela lateral. Cerrou os punhos e vibrou. Não era gol,
não era defesa de pênalti. Era ambição tática!

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