O
lance é que não sei escrever sobre humildade. Acho que perdi a definição dessa
palavra em algum lugar dos últimos quatro anos. Então, essa justificativa inicial é para avisar que as próximas linhas não devem trazer nada de concreto. O estranho é que aparentemente
não houve um motivo para eu perder a humildade. Um cara que anda de ônibus diariamente
se achar uma estrela é no mínimo uma ignorância tremenda.
Talvez seja fruto da
imaturidade e de tantas coisas que deveriam ser corrigidas no caminho. Ou
porque escrevi um livro e por fruto do meu trabalho ter aprendido e conhecido
coisas de todos os tipos. Li em algum lugar que jornalistas costumam ter mania
de grandeza, mas não é uma regra. Não mesmo, porque jornalista, na maioria do
tempo, está sem tempo pra nada.
Na
última semana, eu tive que reaprender o lance da humildade. Desafios, mudanças
e pessoas novas. E eu fui tão bem recebido, e isso me deixou tão satisfeito,
que aquela soberba tradicional foi começando a diminuir. Tomara que suma de uma
vez e seja uma parte do meu passado da qual me arrependo. Essa coisa de
envelhecer é legal por isso, você pode simplesmente ir guardando longe na
memória os momentos em que era trouxa. O mais engraçado é como me deixei
influenciar por exemplos errados e me transformar em algo que não queria, o que
faz muitas pessoas torcerem o olhar para mim.
Os
meus amigos de verdade, os que me conhecem há bastante tempo, sabem que não é
simplesmente falta de humildade. É ser palhaço mesmo. Talvez seja um traço da
minha personalidade, mas que precisa ficar adormecido. Até para que eu possa
crescer pessoal e profissionalmente, porém sem esquecer pelo que passei e de
onde vim. Eu vejo todos os dias demonstrações de humildade, pessoas que ajudam
os outros sem esperar nada em troca, coisas desse tipo. Só que muitas vezes, vi
pessoas se aproveitarem da generosidade alheia e isso é algo que te faz parar e
pensar.
Enfim,
a verdade é que tudo isso é um monólogo sobre algo que nem deve ser
interessante para ninguém além de mim. Eu precisava colocar no papel, até para
ler outro dia e lembrar o que estou tentando recuperar. A humildade de quando
eu era um guri que adorava aprender coisas novas com os mais velhos, sem achar
que eu era o dono da razão. Minha busca por conhecimento e aprendizado não
encerra. E nessa jornada, vou acumulando experiências. Errando e mudando. Acertando
e mantendo. E assim a vida segue. Que Bom, que bom...
Talvez
nada do que eu tenha escrito faça algum sentido. Não importa. Eu quero é voltar
a ser um guri curioso e questionador, dedicado e motivado a mudar as coisas ao
meu redor. Eu lembro da utopia de querer mudar o mundo, mas estava com os
exemplos errados. Não pode ser por interesse pessoal ou financeiro, nada disso.
Precisa ser algo honesto. E se alguém acredita nisso ou não, já não faz
diferença. Eu acredito, humildemente...
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