sábado, 29 de setembro de 2012

Uma coisa é se jogar, outra se atirar fora



A comparação é triste, mas me interesso por mulheres como quem sai para fazer compras. Eu não quero o que existe de melhor à mostra, nem aquela superpromoção (de final de festa), algo escancarado. Quero mistério, suspense e talvez um pouco de comédia. Eu quero ser surpreendido. Se só existe a superficialidade, ninguém entraria nas lojas. Era só os vendedores ficarem na frente nos oferecendo os produtos da vitrina.

Pode parecer preconceito, mas quem se joga demais está mesmo é se atirando fora. Não tem nada a ver com excesso de iniciativa, acho. Como uma peça de roupa, posso até experimentar aquela ali da vitrine, que todo mundo está vendo. Agora, comprar e ficar com ela é outra história. O lance é que as garotas com iniciativa acabam com a graça do romantismo, da conquista, e sem perceber aos poucos muitas delas vão perdendo a delicadeza. Longe de mim querer dizer como alguém deve se portar, até porque eu acho que ninguém precisa agradar.

Mas eu gosto de mulheres educadas, bem humoradas, inteligentes e desafiadoras, numa escala até bem maior do que meu apreço por decotes, calças apertadas ou vestidinhos curtos. Não me entendam mal, mas eu sei de cor o que existe por baixo de seus sutiãs e calcinhas. O que me interessa, na maioria das vezes, é o que vocês guardam no íntimo do seu coração, suas loucuras, seus sonhos, sua essência ou os segredos que contam para as amigas. Sou curioso, talvez seja mal de jornalista. Ou nada disso, talvez eu goste da etapa da conquista.

Algumas mulheres têm o poder de me deixar sem palavras ao entrar numa festa com um vestido arrasador, do tipo que entorta pescoço e provoca o ciúme porta afora. Outras conseguem me deixar sem palavras por seu pensamento bem colocado, suas opiniões expressadas com clareza e sua demonstração de conhecimento. Aqui pelas redes sociais eu vejo as frases compartilhadas, não criadas, que dizem que roupas não definem caráter. Até concordo com isso.

O que define caráter é a forma como tentam expor as roupas, inclusive nas redes sociais. Sei lá, acho que algumas mulheres, principalmente - já que não vejo tantos guris tirando foto sem camisa, blábláblá - têm uma incrível necessidade de se sentirem curtidas. Muitos caras adoram quando a garota é fácil, só que gostar não tem nada a ver com respeitar. Me interesso por mulheres como quem compra roupas caras, ou seja - vou pagando (conhecendo) em suaves prestações.

sábado, 22 de setembro de 2012

Alguém que cause desespero


Acabei de chorar e não foi de tristeza, nem de alegria. Só chorei durante um abraço ali e bateu uma vontade desesperada de escrever. De retirar a ideia da cabeça e deixar que as mãos façam o trabalho sobre o teclado. Havia um glamour diferente quando eu escrevia meus textos com uma caneta de qualquer marca e borrava toda a mão com a tinta, pois pressionava demais a folha por cima do que acabara de escrever.

Agora, me sinto como um pedaço de papel pressionado pela mão do destino. A vida me fez perceber nos últimos tempos muitas coisas que não se explicar. Como por exemplo por que chorei há poucos instantes e por que estou escrevendo sobre isso. Tem momentos que me sinto maduro demais para meu tempo, e aí lembro que noutras horas não passo de um jovem inconsequente que fala sem pensar e não se arrepende depois porque pensa “   foda-se”!

Talvez a nossa vida devesse ser resumida em torno das pessoas que conhecemos, algumas nos despertam interesse. Algumas fazem a paixão despertar. Ou provocam risos sem explicação. Tem pessoas que merecem nossa indiferença (agora eu penso assim, porque é mais bonito do que dizer que tem muita gente que eu sinto raiva, enfim). E tem pessoas que nos amam e nos causam desespero. Sinto horror de pensar em perder quem me traz o caos. A bagunça do amor não pode ser arrumada.

Prefiro alguém que me faz abandonar a razão por completo. E se alguém me perguntar se tenho certeza, não vou saber responder. Amor não tem certeza, pavor não tem clareza. A vida não precisa ser só tristeza, e foi por isso que chorei. Porque um momento simples, sem explicação pode ser muito mais emocionante do que o exagero. Foi só um abraço, ela já tá dormindo. Quando beijei o seu rosto, ela parecia estar sorrindo. Vai acordar do meu lado e nem ler essas linhas. Não importa, não faz mal. Ela me traz desespero, ela é tão minha. 

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A ditadura nossa de cada dia



Eu ainda não engoli esse lance de trancar aquele trechinho da Rua 7 de Setembro, e quanto mais as autoridades municipais se esforçam para explicar o assunto menos eu entendo. Primeiro, o trecho onde os carros foram proibidos de transitar não é onde ocorrem os atos de violência comuns no centro da cidade. Logo, há um erro de avaliação. Ou uma tentativa velada de não dizer a verdade.
Segundo, quem deseja a via fechada? Eu gostaria de saber quantos cidadãos endossam o pedido feito pelo Conselho Municipal de Trânsito para que a Prefeitura viesse e baixasse um decreto real ou uma norma tal qual nos tempos da ditadura, proibindo o direito dos motoristas de transitarem por ali. Até porque esse número deve ser (eu acho) menor do que o dos motoristas que querem trafegar naquele trecho.
E ninguém me tira da cabeça que quando o empresário Vanderlei Casquinha entrou numa queda de braço colocando vereadores contra o prefeito o lance virou pessoal. E agora, O Ghignatti não volta atrás da decisão. Dessa forma, fica fácil dizer que resolveu acatar um pedido do conselho. Como se todas as ideias do conselho fossem seguidas, (painéis de LED, por exemplo. O Comtran pediu a retirada e nada foi feito, então eu devo ter razão nessa análise!).
Tem gente que pensa que eu esquento a cabeça por pouca coisa, mas qualquer cidadão com uma mínima noção de mobilidade sabe que ao trancar aquele trecho a única coisa que aconteceu foi levar o engarrafamento de carros para as transversais. É o fenômeno que aconteceu com o point da gurizada. Reclamavam da concentração na Rua 7, agora eles subiram para a Avenida Brasil, nas Cinco Esquinas, ao lado do asilo. E os velhinhos lá nem reclamam, eu que não vou me queixar. Enfim, tanto faz.
Eu só acho muita sacanagem quando as regras são simplesmente baixadas, como se vivêssemos em uma ditadura. É para esses tipos de coisas que os governantes deveriam consultar a população. Decisões que afetam a vida da comunidade precisam de uma consulta prévia. Eu, sinceramente, não me sinto representado pelo conselho de trânsito, e acredito que outros concordem comigo quando acho uma estupidez aquele trecho da Rua 7 continuar trancado. Minha vontade é derrubar aqueles cavaletes e mandar as autoridades para o inferno. Me oferecem um sistema de serviços públicos de merda, com o perdão da palavra, e ainda me proíbem de enfiar o carro onde eu quiser porque estão com preguiça de garantir a segurança pública. O pequeno efetivo da polícia não é culpa minha. Os reinos pessoais entre prefeito, vereadores e um empresário ligado à política também não. Então, por que eu tenho que ser penalizado? Quem concorda, compartilha.