Acabei
de chorar e não foi de tristeza, nem de alegria. Só chorei durante um abraço
ali e bateu uma vontade desesperada de escrever. De retirar a ideia da cabeça e
deixar que as mãos façam o trabalho sobre o teclado. Havia um glamour diferente
quando eu escrevia meus textos com uma caneta de qualquer marca e borrava toda
a mão com a tinta, pois pressionava demais a folha por cima do que acabara de
escrever.
Agora,
me sinto como um pedaço de papel pressionado pela mão do destino. A vida me fez
perceber nos últimos tempos muitas coisas que não se explicar. Como por exemplo
por que chorei há poucos instantes e por que estou escrevendo sobre isso. Tem
momentos que me sinto maduro demais para meu tempo, e aí lembro que noutras
horas não passo de um jovem inconsequente que fala sem pensar e não se
arrepende depois porque pensa “ foda-se”!
Talvez
a nossa vida devesse ser resumida em torno das pessoas que conhecemos, algumas
nos despertam interesse. Algumas fazem a paixão despertar. Ou provocam risos sem
explicação. Tem pessoas que merecem nossa indiferença (agora eu penso assim,
porque é mais bonito do que dizer que tem muita gente que eu sinto raiva,
enfim). E tem pessoas que nos amam e nos causam desespero. Sinto horror de
pensar em perder quem me traz o caos. A bagunça do amor não pode ser arrumada.
Prefiro
alguém que me faz abandonar a razão por completo. E se alguém me perguntar se
tenho certeza, não vou saber responder. Amor não tem certeza, pavor não tem
clareza. A vida não precisa ser só tristeza, e foi por isso que chorei. Porque
um momento simples, sem explicação pode ser muito mais emocionante do que o
exagero. Foi só um abraço, ela já tá dormindo. Quando beijei o seu rosto, ela
parecia estar sorrindo. Vai acordar do meu lado e nem ler essas linhas. Não
importa, não faz mal. Ela me traz desespero, ela é tão minha.
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