Desde que
entrei nesse mundo apaixonante do jornalismo, há sete anos fui atingido por uma
utopia de ver nossa Cachoeira do Sul um lugar melhor. Até para não precisar ir
embora daqui, como muitos tiveram de fazer. Eu gosto daqui, fico irritado
sempre que alguém reclama da cidade. Ainda alimento esse sentimento de ver
Cachoeira crescer, apesar de ter acompanhado tantas iniciativas que não
frutificaram e outras que deram certo. Lembro de ter abraçado, ainda que
profissionalmente, o pleito pela UFSM. Até me orgulho por num momento de
inspiração ter criado o slogan “VEM, UFSM”.
Eu tinha
também uma utopia especial. Desde pequeno, quando ainda tinha a presença do meu
pai em minha vida, gostava de ler e escrever. Essa paixão só cresceu com o
passar dos anos. Sempre gosto de repetir que ainda não cursei nenhuma
faculdade. É um projeto, assim que a vida e a correria do trabalho permitirem. Costumo
comentar que sou formado nas ruas, com pós-graduação em política, já que
acompanhei duas eleições e neste tempo me orgulho de ter conseguido a primeira
entrevista com os últimos prefeitos eleitos.
Num ano ao
lado do Robson Neves, um dos inúmeros amigos que deixei no Jornal do Povo, onde
aprendi as primeiras lições sobre o jornalismo, e mais recentemente ao lado do
Marcos Leal, colega de Sistema Fandango de Comunicação. Aqui também venho
fazendo muitos amigos. É uma irmandade, deve ser por isso que o Pedrão chama a
todos de “meu irmão”. Esse clima faz bem. Ao longo de minha vida, fui
percebendo que o mais importante não é acumular riquezas, reconhecimento, mas
amigos. Daquele tipo que você não precisa bajular.
Eu acho que
deveria me apresentar nessa primeira coluna, mas prefiro falar destas utopias.
Porque em todo esse tempo escrevendo reportagens, buscando informações,
entrevistando autoridades políticas, empresariais, lideranças de bairros,
enfim, nunca havia atingido um sonho. Enquanto escrevo isso, os colegas de
redação não percebem que me emociono enquanto digito esse texto...
Porque este
será o meu primeiro texto como colunista fixo de um jornal. E só eu sei há
quanto tempo almejo isso. Pode parecer algo pequeno, sem importância. Mas a emoção
transborda porque sei que em algum lugar meu coroa deve estar orgulhoso de mim
e também minha mãe, com quem estupidamente muitas vezes acabo discutindo. O
amor faz a gente brigar também, não é? (quero falar disso em outros momentos
aqui).
Secaram as lágrimas, não
desceram pelo rosto. Acredito que se conseguimos, cada um de nós realizar
nossos sonhos, pequenos ou gigantes, também podemos, por que não, ajudar a
nossa comunidade. Tento fazer isso através de minhas palestras, onde diversas
vezes distribuí alguns de meus livros. É uma utopia de tentar fazer por mais jovens
o que a leitura fez por mim, me deu um trabalho e condições de agora estar
aqui, conversando com vocês. Espero que este espaço seja para vocês tão bom
quanto o SFC vem sendo para mim. Que sirva para discutir nossa cidade, para
refletir sobre a vida e suas surpresas e para fazer novos amigos.
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