Eu deveria ter ali uns 13, 14 anos. Ainda mal sabia o que eram aqueles filmes que passavam na sessão Privê, curiosamente o nome de um clube que frequentei há alguns anos. A garota de programa me perguntou se eu sabia dirigir, disse que era amiga do meu pai e queria ir embora. “Sei, sim”, respondi. E nem mencionei o fato de que era errado dirigir com a minha idade. Eu não conseguia pensar em nada além das botas que ela vestia.
Em seguida, ela disse que poderia me dar um presente se a levasse para casa. Disse, com a maior safadeza do mundo, que gostava de guris mais novos. Estava chovendo aquele dia. Decidi me molhar. Ela largou a garrafinha d’água que havia pego na geladeira e veio em minha direção. Deve ter sido o meu primeiro beijo. Naquele momento, eu soube que não amava a namoradinha do colégio, que eu paquerava de longe com o olhar. Muito menos lembrava o nome da última menina a quem tinha me declarado.
Minha cabeça somente pensava nas coxas fartas que minhas mãos lentamente começavam a apertar. Foi quando a garota passou sua língua nos meus ouvidos, provocando a revolta dos países baixos. Começava ali a primeira revolução sexual de minha vida. E eu costumava ser romântico, até ela abrir as minhas calças com a boca, retirando o botão lentamente. Uns 20 minutos, talvez menos depois eu a levava em casa, agora sem nenhuma curiosidade sobre suas botas. No dia seguinte, o pai pediu desculpas. “Não te trouxe janta ontem, desculpa, guri”.
“Que nada, pai. Comi tudo que tinha em casa”.
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