Durante essa semana coloquei numa rede social o seguinte pensamento: “Mulher gostosa não é a que tem coxas grossas e seios fartos. É a que sabe ser sensual sem precisar de roupas curtas, que sabe dar um beijo que deixe o cara na posição de sentido. Gostosa é quando suas atitudes são firmes, convictas, é tomar a iniciativa, e nada disso tem a ver com vulgaridade. Entre quatro paredes, toda mulher deveria saber ser gostosa...”
Vai mais além esse lance de ser gostosa. Tem gente que acha maravilhosas essas garotas que vivem desfilando em qualquer coisa de moda porque são lindas e esculturais. São lindas, beleza. E o que mais? Eu acho gostosa demais aquela mulher que trabalha e se dedica à sua profissão, que é destemida, que vence barreiras e que enfrenta a gente. Que discute, e tem opinião e ainda tem tempo de fazer as coisas que nós, homens, cafajestes e não fazemos dentro de casa.
É claro que é muito mais fácil lidar com a mulher miojo, aquela que fica pronta para você em menos de três minutos. Todo homem sabe que tem muita garota por aí que fica cozinhando uma eternidade e na hora acaba sendo indigesta. Ela não é nada gostosa. A gostosa é diferente. Você não precisa ser um príncipe pra conquistar uma dessas. Precisa ser diferente. Eu não levo a sério nem dou muita moral quando recebo elogios sobre beleza ou algo assim (talvez porque seja feio). Certa vez, conheci uma garota extremamente gostosa, Pâmela. Foi a morena dos olhos mais verdes que conheci aos 15.
Pâmela foi a primeira guria a dizer algo mais ou menos assim: “Vini, você é diferente”. Para mim, não existe nenhum elogio mais sincero do que esse. Isso significava, pra mim, que não era como a maioria. A maioria sempre me pareceu estúpida. A maioria escolheu os políticos que temos, inclusive. A maioria não se importa com o que as mulheres sentem, nem com os desmandos e descaminhos do dinheiro de nossos impostos. É motivo de orgulho, para mim, portanto, não ser como a maioria.
Pâmela disse que eu era diferente porque não havia passado a mão por todo seu corpo no primeiro dia que tivemos um lance. Eu tive muita vontade de explorar todo o seu corpo, mas enfim. Ela me fez apaixonar pelo seu jeito humorado, irônico, pela forma como tratava os pais e pelas coisas que descobria conversando com os vizinhos mais velhos que ela cuidava aos finais de semana. Minha vontade não era de tirar as roupas dela, mas tirar suas camadas e conhecer mais detalhes de sua personalidade.
Pâmela me ensinou a beijar porque eu saía de seus lábios e parava vendo seu olhar para mim. E ela sorria, e eu via que era o motivo de sua alegria. Essa garota me ensinou a contestar o mundo, a não aceitar nada em definitivo. E também me provou que esse lance todo de relacionamento perfeito não existe, é coisa de novela – e nelas as pessoas não sofrem.
Porque na vida real choro dói, abandono machuca e terminar uma relação longa machuca, por mais que todo mundo prefira dizer que é forte e absoluta em cima de um salto. Acho mais gostosa mulher que admite sua fragilidade sentimental porque é gostoso ser sincero. Um dia, minha relação com a morena dos olhos verdes acabou. E nem deu tempo de brigar. Pâmela era mesmo muito gostosa.
Coluna publicada no jornal O CORREIO, 25 e 26 de maio.
Um comentário:
Amigo, meu pai é de Cachoeira. Eu nasci em Porto Alegre, mas me criei aí e leio os jornais locais. Quando posso ouço as rádios. Aceita uma crítica sincera? Achei ingênuo e bobo este teu texto. Uma tentativa com KMs de distância de imitar o David Coimbra de ZH. Não tem equilíbrio entre o começo e o fim. Se perde no meio e em vez de uma história lógica, deriva para um simples e pobre relato do teu dia a dia. Desculpa...aqui sou também escritor (modesto, claro) e revisor. Acho que deves ler muito ainda, estudar bastante, e fazer muitos cursos de literatura. Ah e tenta fazer o teu estilo. Seguir o de escritores ja consagrados fica ruim e muito complicado pq na comparação, simplesmente não tem como comparar. Fui sicero. Mas claro que vc não vai ter coragem de publicar isto no teu blog, não é? Mas pelo menos recebe uma critica honesta e desinteressada, além de construtiva. Abraço. não desista. Um dia vc chega lá. Mas seja humilde, leia e estude.
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