O último Grenal foi sintomático
para o futuro das equipes gaúchas no Campeonato Brasileiro. Naquela partida, a
equipe tricolor estreava, em uma prova de fogo, um esquema com três zagueiros.
Não permitiu que o Inter, sem nenhum ímpeto ofensivo, jogasse e teve
triangulações, ancorado na qualidade, sim, de seus laterais.
Buscou o gol e encontrou no pênalti sofrido por Kleber. O
Inter teve duas jogadas ofensivas em sequência, onde volantes saíram para o
jogo e avançaram sobre a defesa. Numa delas, empatou a partida. No final do
confronto, jogadores colorados comemoraram um empate. Isso não é grandeza.
A partir daquele divisor de águas, o colorado empacou no
campeonato – sendo que antes, em preparação ao Grenal, jogou com uma equipe
meia boca e levou três do fraco Náutico, time candidato à queda. Inadmissível.
Não seria problema se tivesse feito um Grenal objetivo, ofensivo e de jogo
agudo. Não fez. Aliás, nos jogos seguintes, não encontrou a vitória no torneio.
Empacou na tabela logo depois de ter atingido a primeira posição.
Enquanto isso, o Grêmio foi encaixando o esquema de três
zagueiros. Conforme os resultados positivos vieram aparecendo, sem atuações
brilhantes, o ímpeto dos jogadores também foi melhorando. Impossível reconhecer
méritos em Renato Gaúcho desde então, na mobilização dos jogadores.
Este, aliás, é um diferencial no Brasileirão. Como há mais
de seis times com grupos qualificados, é preciso manter as boas atuações com o
passar das rodadas. As dificuldades são as mesmas para a maioria das equipes. O
Inter teve em poucas partidas esse ano um time propositivo, vertical. É burocrático.
Basta notar quantas vezes D’alessandro pega a bola de costas para o marcador
para fazer um giro qualquer ou sofrer a falta. Ainda assim, é essencial ao time.
Uma dependência que se torna prejudicial à equipe.
Há material humano para inovar no time colorado e
experimentar uma equipe mais ofensiva, desde que haja dois volantes de força à
frente dos zagueiros, como ocorreu no jogo contra o Coritiba, onde mesmo assim
houve espaços. Os atacantes do Inter não seguram a bola quando ela é
desafogada. A forma de jogar do time não permite isso hoje. E se for pensar em
jogar com três homens de frente, D’ale, Forlán e Damião precisam fazer algo que
hoje produzem sem qualquer vontade, marcar os adversários.

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