sábado, 14 de dezembro de 2013

Linguagem feminina

É impressionante como tem inúmeros cursos de idioma no mercado prometendo nos ensinar, até de forma rápida, outras línguas. Inglês, você precisa saber falar inglês nem que seja para encaixar expressões como feedback, happy hour ou upgrade no meio de uma conversa. E chinês também porque tem muitos habitantes na China e vai que um dia você vira empresário e precisa falar com eles. Aprenda chinês logo. Espanhol também é importante, embora não seja lá tão difícil entender o que eles falam pela semelhança dos idiomas. Certamente professores de idiomas acharão isso uma bobagem. E realmente é.
Não conheço nenhuma empresa no mercado, ao menos por enquanto, que traduza o idioma feminino, aquele ensinado pela serpente pra Eva. Eu já escrevi no passado que mulher deveria vir com um manual de uso e um alerta, que você (quero dizer, nós, homens, podemos provocar defeito nelas). Sim, porque é a forma como nós as tratamos que pode modificar suas configurações originais. Então de meigas e dóceis, elas podem se tornar amargas e vingativas. Você que é esperto deve saber que as mulheres têm um código entre elas. Principalmente as que não sabem diferenciar Mas de Mais, só que isso é outra história.
Mesmo assim, eu não entendo por que algumas falam tanto. E não é uma crítica. Até acho os papagaios seres extraordinários pela capacidade de falar – ou reproduzir aquilo que ouvem. Falando nisso, temos muitos papagaios no mundo. São esses seres que não têm uma identidade ou personalidade e usam do pensamento dos outros para expressar o que acham que sentem. E quando são confrontados, não sabem o que dizer. Jênios (eu sei que é com G, estou sendo irônico). Não existe uma fórmula para compreender linguagem feminina, por isso eu defendo a fuga das ciladas. Não se trata de mentir, e sim sair pela tangente e evitar o pior castigo do mundo, que é vê-las sofrendo.
Mas em que situação isso pode acontecer? Quem nunca ouviu sua companheira perguntar “como ficou essa roupa, amor?”. Você tem algumas opções, entre elas ser sincero e dizer que não gostou nenhum pouco daquela calça de cintura alta que ela deveria dar de presente para a avó. Ou pode mentir, como a maioria faz aliás. “Ficou maravilhosa, meu bem”. É isso aí! Mas ela vai saber que é mentira, e só não vai brigar porque sabe que você mentiu para o bem dela, porque se importa com ela. Há uma terceira via, que vai da intimidade do casal. Solta um: “eu te amo mesmo sem nenhuma peça de roupa”. E isso, convenhamos, é a mais pura verdade.
Mulheres dão sinal, não como semáforos ou veículos indicando o que fazer, mas sinais importantes e de alerta. A posição corporal indica muito. Por exemplo, se você chegar tarde à sua casa e ela estiver com um rolo de macarrão nas mãos é porque está furiosa. E se você chamar ela por outro nome e ver uma veia saltada na sua testa, é bom sumir de perto e mandar flores por uma semana. Não vai adiantar, mas você tem a desculpa que se esforçou. Outra coisa curiosa nelas é a indecisão. Sei de um amigo que está desde quinta-feira esperando a namorada escolher a roupa para ir a uma festa neste sábado. Ele não entendeu ainda que ela quer um vestido de presente... Há ainda as frases de efeito femininas, que devem ser todas entendidas como uma súplica para que você se arrependa dos erros que não cometeu. E quando ouvir ela dizendo, indignada, algo como “Cachorro, sem vergonha, cafajeste”, relaxa. Tudo isso na verdade quer dizer “eu te amo, eu te amo, eu te amo muito”.

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