sábado, 26 de abril de 2014

A fé perdida todos os dias

Já postei a coluna de hoje, é sobre fé, mas agora vamos falar de outra fé, aquela que a gente acaba perdendo todos os dias porque a vida é uma escola e tem gente que merece reprovação, não, não, não (eu já tinha terminado o texto e voltei nesse trecho pra colocar esses nãos).
Quero falar sobre simpatia e educação, mais especificamente sobre a falta disso. Talvez as pessoas não estejam prontas para perceber que não são a base que sustenta o mundo. Talvez quando foram para o pré, jamais tiveram um coleguinha que não deu bola se sua maletinha de lanche era aquela da propaganda de televisão ou só a sacolinha do Tischler com uma frutinha dentro arrumada pela mãe. Eu lembro disso, do gurizinho negro que me chamou para sentar do lado dele porque eu havia ficado introspectivo e com medo da escola.
A escola é uma merda quando não ensina lições básicas sobre convivência. Ou talvez seja culpa dos pais, simmmm, vamos colocar a culpa nos pais e na sua ausência, porque é claro que todo mundo sabe que crianças órfãs são mal educadas e antipáticas. Não, não e não (voltei de novo) Ser simpático não é uma convenção social, é uma necessidade. Educação então... Tem algumas coisas que ficam viajando na minha cabeça, e não são os meus cabelos cada vez mais compridos. Tipo agora, que vim pra casa ouvindo um som que não conhecia, é uma música gospel americana, Love, Jaeson Ma (procurem, se interessar).
Eu nem ia conhecer esse som, mas eu recebi ela no meu pen drive esses dias de um dos meus ex-alunos, ou melhor meu amigo. Um grande amigo. Tem pessoas que fazem a nossa dedicação por elas ter sentido. Há tempos eu vinha pensando sobre o que acontece com o carinho que a gente dá pra quem não dá valor, ou pra quem não merece. Mas ouvindo essa música e o questionamento sobre dar a nossa vida inclusive por quem nos odeia... E o exemplo da música, ouçam...
E se vocês leram essa bobagem até aqui tenham algo em que acreditar, porque a fé nas pessoas a gente perde, todos os dias. E é um egoísmo pensar que não vão perder a fé na gente também, então agora vou olhar pra dentro e parar de pensar nisso e noutras coisas loucas que ficam rodando aqui pedindo pra sair. E agora, exatamente agora, uma menina veio dizer que alguns textos meus a fizeram se sentir melhor quando estava mal. E eu esqueci como queria finalizar isso...

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Eu te amo, mas você não é minha

A gente precisa entender que não é dono de ninguém, não há propriedade sobre sentimentos. Pode haver todas aquelas outras coisas que começam com interesse e carinho, mas jamais imaginar que você possui outra pessoa. A gente precisa compreender que algumas coisas vão acabar, e não quer dizer que por terem terminado elas não foram verdadeiras. É uma forma mesquinha e egoísta de jogar com o amor, ou talvez só uma busca insensata de dizer pro outro que está profundamente magoado e que ainda quer voltar, mesmo contra todas as vozes dos amigos e conselhos que são buscados e ignorados.

A gente precisa aprender é a ser dono de nós mesmos, apenas isso. O lance é que essa parada é bem complicada. "Ser senhor do nosso tempo". Essa frase foi cunhada do filme Hurricane, q
ue aliás conta a história de um ex-boxeador americano, Rubin Carter, preso injustamente e que morreu há poucos dias. Na história ele conseguia voar para fora das celas que não aprisionavam sua mente através dos livros e das coisas que escrevia. E um gesto de amor o fez desejar a liberdade. Então, dá pra viver um bom tempo só com a gente, e inclusive se enganar que não precisamos de ninguém.

E ter a inteligência de perceber que por vezes seremos incoerentes e vamos agir em desalinho com o que pregamos. E não vai ser ruim. Dos erros, temos que tirar lições, e claro passar um pouco de vergonha. O que a gente precisa aprender é que tem que errar, e que ralar os joelhos é bom, e que cicatrizes servirão como fotografia das dores dos amores que não nos mandavam flores, e sim abraços que se acabavam aos pedaços e nos deixavam num embaraço achando que eram nossos para sempre. E foi só um laço, que se rompeu no espaço de tempo que tinha que durar. A gente precisa aprender.

sábado, 12 de abril de 2014

Conhece o otário

O otário namorou contigo, mas não curtia sair com você por aí, vocês sempre iam a lugares, ele não postava nada aí nas redes sociais falando que gostava de ti. E mesmo assim, é claro que você o amava porque parecia que ele te fazia bem quando vocês ficavam juntos, porque ele parecia ser carinhoso e porque parecia o cara mais lindo do mundo. Sim, você acreditou e ainda pensa nisso.
Você separou do otário porque obviamente descobriu que ele te traía e logicamente que você se desesperou, chorou e não mostrou nada disso pra ele, que ficou negando eternamente embora você tivesse todas as provas para incriminá-lo e afastá-lo do seu coração. Mas não, nada disso adiantou, porque você voltou para ele, porque afinal de contas ele vinha prometendo ser fiel agora e tratar você bem, apesar de as coisas não terem mudado muito.
Foi lá e decidiu acabar depois da quarta traição, mas ficou esperando uma ligação dele a semana toda, até que no sábado ele aparece na sua frente, fazendo questão de mostrar que está com outra menina. E você morre de ciúmes, estraga a sua tentativa inútil de sair e tentar não chorar em casa, estraga a maquiagem e se tranca no quarto, todo o final de semana. E chega no Face para ver declarações apaixonadas dele para a garota que provavelmente conheceu naquela noite, do mesmo jeito que fez com você, lá no início. E sofre, e sofre. Aí você tenta ficar por cima, com suas mensagens de autoajuda que alguns amigos vão curtir adoidado porque afinal de contas você precisa mesmo de ajuda pra postar esse tipo de merda.
E o maior pecado, você vai chamar esse cara de cafajeste. E tá completamente errado. Esse cara, minha querida, não te merecia nunca. Mas tu vai continuar gostando dele, né? Pois é, esse cara é o otário. Aliás, você também.

Beijo

Às vezes, sinto vontade de beijar na boca. Assim do nada. Daí, eu era galinha e beijava qualquer uma antigamente. Resultado, decepção. Então, encontrei uma guria que eu amo beijar na boca, tipo... Não sei explicar. Sabe aqueles joguinhos infantis que as pecinhas encaixavam??
É isso, o beijo encaixa, e vai na vibe perfeita sempre de acordo com o momento. A gente não se beija toda hora, por isso talvez seja tão bom. Quando ela sorri e fecha os olhos, debochando algumas vezes, eu sei que vai me beijar. Sabe quando tu não se inclina pra um beijo?
O beijo mais maneiro é quando ele vem pra ti, quando se oferece, se entrega, se atira nas tuas mãos, e tu pode acariciar o rosto antes. E não é só vontade de beijar, é paixão de beijar, é desejo de beijar, é delícia. Sabe um dia ruim? Melhora. Sabe desespero? Passa!
Não inventaram ainda nada melhor que beijar na boca. Aquele beijo que faz teu corpo todo beijar junto, que às vezes te faz jogar ela no primeiro sofá, escada, cama, banco do carro que aparecer. E não é por vontade de transar, nada disso. É pra curtir mais a delícia daqueles lábios, que tu fica desenhando com a ponta dos dedos, admirando.
É pra brincar com a língua macia, molhada, que fica se movendo como quem ensina um novo passo de dança. Por isso que beijo tem que ser especial, então eu não condeno se você ficar procurando um assim a vida toda. Sério. Beija por aí. Mas quando achar o beijo que faz todo o resto ser só paisagem, trata de manter ele por perto, guardado, ali, num canto seguro, do seu peito.

terça-feira, 1 de abril de 2014

Cursinho gratuito e debochado de produção de textos

Seguinte, um curso grátis sobre produção de textos jornalísticos pra não dizerem que eu só critico...
Começa respondendo às perguntas O que, quem, quando, onde, por que, como... Isso vai render umas cinco linhas, que pode ser chamado de lead ou lide, aportuguesado. É aí onde tu conquista o leitor ou ele te vira as costas.
Ordem cronológica é assim, sujeito, verbo e complementos, tipo "eu caguei no texto de hoje porque sou preguiçoso". E não, "Hoje, o texto ficou cagado porque eu fui preguiçoso"
Se tu não entendeu o que te falaram, insiste e pergunta de novo, não é vergonha fazer isso, vergonha é teu texto ficar um lixo.
Gancho é o rumo que tu vais dar pro assunto tratado. Ser óbvio é cansativo para quem lê, portanto se você está cansado, seu texto será uma merda cansativa...
Depois, pensa por que tu estás escrevendo essa bandalheira pra valorizar o conteúdo, sempre é possível ser direto, conclusivo, objetivo e inovador em um texto. Se não foi, lamento. Reescreve!
Pra finalizar, você não nasce com o dom de escrever, tu desenvolves isso. O Oscar Schmidt liderou uma seleção de basquete à vitória numa Olimpíada porque depois dos treinos ele não descansava, treinava mais centenas de arremessos. Se tu parar de escrever, vai perder a vibe e virar um boçal.
Mais. Quando achar que já tá bom o suficiente e que está melhor que todo mundo é porque tu é um babaca presunçoso (eu sou às vezes). Sempre dá pra aprender a escrever melhor e ser melhor. Isso se faz lendo, de tudo, até bula de remédio e ouvindo conselhos de outras pessoas.
Você não é isento porcaria nenhuma porque é a sua visão dos fatos contando uma história. Então é sempre repassada a tua interpretação, que nem sempre é a realidade. Mesmo assim, tu tens que lutar para ser o mais fidedigno aos fatos.
Se teu texto for para vender um produto, não mente. A hora que eu descobrir que era uma porcaria, nunca mais compro nem leio tuas asneiras superlativas.
Tenha em mente que nem sempre o que te dizem é a verdade, mas é o que te dizem e então terás que jogar outras versões para contrapor isso, dependendo de onde tu trabalhas, enfim...
Finalizando, tenho nove anos como jornalista, estou longe de ser bom nisso ou de ter um texto tão qualificado como os caras que admiro. Não pretendo ser como eles, gosto do meu estilo e tento aperfeiçoar. Sim, essa aula foi de graça.
Me coloco à disposição para quem quiser aprender mais, sendo pago para isso, preferencialmente nas escolas públicas, porque se você estuda numa particular e não dá valor pro que o pai sua pra ti estudar, você é um idiota. Beijos, não fiquem brabos.