O que não entendiam foi como aconteceu tudo tão rápido depois daquele beijo que começou bem devagar. Era tímido, quase nem mexiam as mãos minutos antes, nem diziam nada. Depois, ficaram se olhando, talvez por poucos segundos, ou foi um long...o tempo. Ficaram apenas se olhando, enquanto seus sorrisos brotavam singelos, escondidos, se abriam aos poucos.
Ela se inclinava, olhos fixos. Ele a acolhia, agora com a mão pousada sobre seus cabelos. Não a puxava, a possuía apenas. Encostaram um na testa do outro, sentiam a respiração perder a calma. E não entendiam como tudo aconteceu tão rápido.
Dali para o próximo convite não demorou um, nem dois dias. Foi na madrugada mesmo. Ele ligou, ela topou. Sem medo de parecer uma vadia, como alguém diria ou a condenaria. Dentro do carro, se beijaram de novo, agora com saudade da mesma sensação do primeiro toque, dos últimos beijos. As mãos dele procuravam o pescoço dela, que abraçava-o com força e ternura. Lábios que se entendiam lentamente. Carícias que se perdiam num furor despreocupado com o dia seguinte.
Sentiam que era algo a mais, que não era só desejo. E decidiram experimentar, uns dias depois, esse lance que chamam de amor. Na real, só queriam se curtir. Nem se preocupavam com esse lance de sofrer, e de dor. Os dois já haviam sofrido, nessas idas e vindas de amor. Então, estavam lá, muito tempo depois. Juntos, mãos dadas. Se beijando ainda como se fosse a primeira vez. Não há compromisso, mas sempre que se beijam seus olhos confessam uma declaração de amor, que suas bocas não pronunciam. Porque não precisa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário