
A foto e a história
Na hora em que cliquei no botão da câmera para fotografar, sequer notei o olhar desse gurizinho. Era um domingo, percebi a atividade promovida para as classes pobres da cidade por acaso enquanto me dirigia para cobrir um evento religioso que acontecia na cidade. Depois, ao passar as imagens para o computador, percebi que esta foto tinha mais a revelar e poderia, por que não, até merecer uma bela história. Fictícia, claro, sequer sei o nome do menino. No contexto em que a foto foi tirada, eu lembro que aquele olhar mirava uma bola, como os olhares de muitos guris se perdem e sonham na infância, adolescência e até mesmo depois de velhos. Seguir o caminho que uma bola de futebol faz é uma paixão internacional, talvez a maior de todas. Naquele momento, tratava-se de uma bola de basquete, que havia sido arremessada à cesta... O guri, ali, assistia o ponto do seu time.
Mas talvez aquele guri nem prestasse atenção ao jogo de basquete promovido naquela quadra com mínimas condições de estrutura para a prática de esportes. Acho que ele mirava o horizonte e pensava na família, talvez lembrando das dificuldades que a mãe tinha para criar os irmãos com a falta de comida ou talvez na falta de sorte do pai em arranjar um emprego. Mas vendo sua mão colocada no peito, acredito que ele estava alimentando a esperança de um futuro melhor, com uma ingenuidade típica das crianças.
Queria ter usado esta foto em outro lugar, talvez em um concurso de fotografia, realmente achei que ela tinha uma mensagem a ser compartilhada. Os outros não enxergaram o mesmo que eu, talvez por estarem cegos ou porque já não tem mais no olhar aquela esperança que dá para perceber claramente no semblante deste jovem jogador de basquete, que mirava a bola, só ela e a quadra interessavam. Ver a foto era como se não houvesse atos secretos, ou Sarneys, ou CPIs, esquecia de tudo. Ver a foto foi como acreditar em promessas, esperar um futuro sem escândalos, sem montanhas de recursos públicos manchados com sangue, sujeira, desviados de seu lugar de direito. Como aquele guri, que só olhava a bola, eu só olhei a foto e por alguns instantes esqueci de tudo isso. Pena que durou menos que uma cesta...
Na hora em que cliquei no botão da câmera para fotografar, sequer notei o olhar desse gurizinho. Era um domingo, percebi a atividade promovida para as classes pobres da cidade por acaso enquanto me dirigia para cobrir um evento religioso que acontecia na cidade. Depois, ao passar as imagens para o computador, percebi que esta foto tinha mais a revelar e poderia, por que não, até merecer uma bela história. Fictícia, claro, sequer sei o nome do menino. No contexto em que a foto foi tirada, eu lembro que aquele olhar mirava uma bola, como os olhares de muitos guris se perdem e sonham na infância, adolescência e até mesmo depois de velhos. Seguir o caminho que uma bola de futebol faz é uma paixão internacional, talvez a maior de todas. Naquele momento, tratava-se de uma bola de basquete, que havia sido arremessada à cesta... O guri, ali, assistia o ponto do seu time.
Mas talvez aquele guri nem prestasse atenção ao jogo de basquete promovido naquela quadra com mínimas condições de estrutura para a prática de esportes. Acho que ele mirava o horizonte e pensava na família, talvez lembrando das dificuldades que a mãe tinha para criar os irmãos com a falta de comida ou talvez na falta de sorte do pai em arranjar um emprego. Mas vendo sua mão colocada no peito, acredito que ele estava alimentando a esperança de um futuro melhor, com uma ingenuidade típica das crianças.
Queria ter usado esta foto em outro lugar, talvez em um concurso de fotografia, realmente achei que ela tinha uma mensagem a ser compartilhada. Os outros não enxergaram o mesmo que eu, talvez por estarem cegos ou porque já não tem mais no olhar aquela esperança que dá para perceber claramente no semblante deste jovem jogador de basquete, que mirava a bola, só ela e a quadra interessavam. Ver a foto era como se não houvesse atos secretos, ou Sarneys, ou CPIs, esquecia de tudo. Ver a foto foi como acreditar em promessas, esperar um futuro sem escândalos, sem montanhas de recursos públicos manchados com sangue, sujeira, desviados de seu lugar de direito. Como aquele guri, que só olhava a bola, eu só olhei a foto e por alguns instantes esqueci de tudo isso. Pena que durou menos que uma cesta...
Um comentário:
Muiiito boa a foto mesmo!
Parabéns :)
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