sexta-feira, 25 de setembro de 2009

O amor da minha vida




Acho que foi entre a infância e a adolescência que comecei a me apaixonar com mais facilidade pelas mulheres. Separado, meu pai vivia aventuras semanalmente e aquele cenário de liberdade e libertinagem era interessante aos meus olhos. Lembro da primeira prostituta que ele levou para casa, era uma loira maravilhosa, cursava Medicina com o dinheiro que obtinha cobrando pra amar os caras. O coroa havia a contratado para acompanhá-lo em uma janta e como voltou embriagado, sequer aproveitou o que de melhor ela tinha. Era extremamente carinhosa, devo confessar, ainda hoje lembro do seu jeito de beijar e de se entregar, como se estivesse pedindo perdão de um pecado terrível.




Era uma menina deliciosa em seus tenros vinte e poucos anos. Ingênuo, imaturo, a primeira mulher por quem me apaixonei era literalmente uma puta. Foi a primeira mulher da minha vida a me trocar por dinheiro, carro e conforto. E eu nem liguei muito pra isso. Foi também a relação mais rápida, algumas horas apenas, mas horas inesquecíveis desde o primeiro segundo, o primeiro toque, o primeiro contato com um lábio, com as pernas... Incrível, mas até hoje recordo quando penso no que vivemos naquela hora e meia. Muitos dias depois, eu sonhei que nos reencontrávamos para trocar juras de amor, imaginava ela dizendo que largaria aquela vida para viver comigo. Coisas típicas de um guri que conheceu o amor pela primeira vez e acabou se apaixonando, como se fosse uma novela, só que o nome dela não era Helena. Eu só a chamava de Bia. Ah, Bia.




A minha sorte foi que na escola já começava a chamar a atenção das colegas pelo jeito misterioso e seguro de me portar. O bom humor também sempre ajudou, embora nada disso tenha compensado a incapacidade de ser um exemplar masculino de beleza. De qualquer forma, tive boas experiências com outras mulheres. A primeira que amei de verdade foi traída inescrupulosamente e me perdoou, ainda que sinceramente, eu não merecesse. Não é nada exemplar beber e pegar a melhor amiga da nossa namorada. E eu fiz isso, veja o quanto sem vergonha eu fui um dia. E fui perdoado. Até hoje não acredito que ela não tenha adornado também a minha cabeça, mas isso não importa. Se ela fez, eu bem que mereci.



O último amor da minha vida tem um sorriso que me faz voltar ao passado e ficar sonhando com um futuro inalcançável. E isso simplesmente coloca um maldito dilema na minha cabeça. O último amor da minha vida tem o dom de me olhar e enxergar o melhor de mim, ela me resgata da solidão e me leva para o paraíso do seu carinho e é por isso que persigo a felicidade dela. A minha maior alegria é ter vivido poucos amores, porque esta quantidade me permitiu viver cada um deles com mais intensidade. E o último amor da minha vida não me questiona, não me pressiona pra saber o que vamos fazer agora... E é por isso que ela será o último amor da minha vida.

Um comentário:

Wiliam Reis disse...

"adornado minha cabeça"
muito boa! huhaehueauheahu