quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Quando inventar uma desculpa é mais fácil do que falar a verdade

E ultimamente tem sido sensacional acompanhar a política de perto a cada dia que passa e algumas teorias sobre os mandatários do poder acabaram nascendo no final de cada expediente. Acho importante compartilhar essas experiências porque daqui a pouco alguém aí do outro lado se interessa e resolve compreender tudo isso também e aumenta a discussão e a fiscalização com o que eles fazem com os recursos públicos.

Nunca custa repetir que recursos públicos são do povo e por isso devem ser investidos conforme deseja o povo. Mas quando esse povo vira as costas, eles se aproveitam pra colocar a grana dentro de cuecas, meias e outros lugares ainda não imaginados. Pois hoje, o prefeito de nossa cidade repete uma cena que anda até enjoativa. Fala, com relação a um projeto importante para a cultura, que não sabe o que fazer para destinar uma contrapartida. Diz que seus assessores não encontraram nenhuma possibilidade de direcionar os recursos a uma Oscip e usam isso como desculpa para justificar uma briga pessoal que só vai prejudicar a comunidade...

Não entendeu nada? Vou resumir. O Museu de Cachoeira recebeu uns R$ 170 mil do Governo Federal pra se transformar em um dos mais bem equipados do estado. Só que pra receber essa grana, a Prefeitura precisa dar R$ 42 mil. Ou seja, dá um pra ganhar quatro. No mínimo, é um ótimo negócio. Estava tudo certo até que tiveram a capacidade de ler uma notícia e interpretar como uma crítica. Aí, por causa de uma notícia ruim pra eles decidiram não dar mais o dinheiro que era uma conquista para a cidade. E mais uma vez, no nosso país, os interesses pessoais foram colocados acima das necessidades do povo. E lamentavelmente em Cachoeira, a minha Cachoeira.

Mas é mais fácil seguir na desculpa de que não havia forma legal de receber os recursos. Pois bem, fui atrás da informação. A imprensa muitas vezes serve de auxiliar pros governos, que normalmente não sabem o que fazer. Não é feio se dizer incompetente. Feio, pra mim, é não tentar achar a solução. Depois de um telefonema, mais precisamente, uns sete minutos, eu encontrei a solução do impasse e coloquei na matéria. Incrível, né. Que pena que o governo não age assim... Mas fazer o que, pra eles é mais fácil achar uma desculpa do que falar a verdade. Até porque o povo aceita numa boa, não faz nada, não reclama. Incrível um governo não ter vontade política de fazer o mínimo que a comunidade espera...

sábado, 19 de dezembro de 2009

Vamos mudar o nosso mundo?

Qualquer um que achar isso impossível pode voltar pro Orkut ou jogar videogame, ir a festas e passear no centro, não precisa continuar lendo... Mudar o nosso mundo pode começar agora. Não é fácil, mas é possível. Eu li em algum lugar que mudar a nossa casa é mais fácil que mudar a rua e que mudar a rua é mais fácil que o bairro e por aí, vai. Quando eu comecei a escrever pro Formigão, eu queria ajudar a mudar o mundo. É claro que é uma enorme pretensão, mas eu acredito nisso. Foi por isso que aceitei o desafio de escrever reportagens que fizessem os jovens gostar de ler.

Mas e daí ler, o que tem demais em ler? Simples, quando as pessoas começam a tomar gosto pela leitura, elas passam a se questionar, a se interessar e a se informar. E quando lêem alguma coisa legal, comentam e isso gera um debate. E com base no que leram, elas defendem sua opinião. E isso faz as pessoas crescerem. Até quando não gostam de algo, as pessoas precisam reclamar, faz parte da democracia não curtir uma coisa. E muita gente não sabe o que significa uma democracia, lamentavelmente... Só que se as pessoas lerem, isso começa a mudar.

Voltando ao tema central deste texto que realmente espero que muitos de vocês leiam até o final. Vamos mudar o mundo. A primeira norma é simples. Está lançada a campanha pra que todos os dias você dedique pelo menos 15 minutos para ler um jornal ou notícias na internet. Galera, nós temos a sorte de viver na era da informação instantânea, temos que saber aproveitar isso, aumentar o conhecimento. Então, não custa nada deixar de ver aquele vídeo o YouTube ou ver o álbum de todo mundo no Orkut pra se informar um pouco. Não importa, pega um assunto que tu curta, esporte, política, economia, tanto faz. O importante é começar a ler.

Pra gente seguir mudando o mundo, precisa se organizar. E pra isso precisa se mobilizar. Cachoeira tem hoje uma Coordenadoria de Políticas para a Juventude, mas eu sinceramente acho os próprios jovens podem montar uma associação sem ligação com a política. Só pra dar um exemplo: em São Paulo, se não me engano, uma ONG formada por voluntários foi pras ruas pedir doação de grana e depois começaram a construir casas para pessoas de baixa renda. Construíram 200 casas. Por que aqui não podemos nos organizar e fazer algo do tipo. Abraçar uma briga. Que tal começar arrumando as nossas praças, que tal montar uma força-tarefa pra ir às ruas esmolar e depois colocar a mão na massa e arrumar a nossa Praça José Bonifácio pra jogar uma bola com os amigos no final de semana? É só uma ideia, podem vir muitas outras... E aí, que tal começar a mudar o nosso mundo?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Últimas palavras

Meu amor, essas serão as minhas últimas palavras e quero que sejam para você. Por favor, vai até a minha casa e olha pra nossa foto que tiramos no verão, debaixo daquela árvore onde eu não quis gravar nossos nomes pra não machucar a coitadinha. Dentro da foto tem um recado, que vai levar a outros recados.

Vai ser uma forma de você lembrar de mim por um tempo. Não, eu não quero te atordoar por todo o sempre, mas acho que estou sendo um pouco egoísta, pois quero que você lembre de mim e daqueles dias que passamos em casa sozinhos, assistindo filme, cozinhando aquelas massinhas e nos abraçando, fazendo cócegas, brincando e nos amando.



Amor, esquece a minha doença, não culpa Deus, eu só tenho a agradecer por esses anos em que passamos juntos. Eu nunca fui tão feliz na minha vida e agora, ironicamente, sei que não serei mais. As coisas precisam ser assim, é o curso natural da vida. Meu amor, lembra do nosso primeiro beijo? Pois é, eu estava tão tímido e tão decidido a acariciar teu rosto e roubar o sabor da tua boca... Lembra de como te olhei naquele momento? Eu sabia que estava me apaixonando antes mesmo de te beijar. E realmente não me enganei, nem pelas brigas em que a gente se xingava e levantava a voz e enlouquecia os vizinhos. Eu até acho graça disso hoje, porque logo depois a gente se abraçava e isso era tão lindo.



Meu amor, eu queria muito sentir o teu abraço mais uma vez. Eu preciso muito que você entenda que precisei me afastar. Eu não queria que você sofresse ao meu lado, me vendo passar por isso tudo. Mas agradeço por você ter ficado ao meu lado me contrariando, porque isso foi mais uma prova do seu amor.



Agora, presta bem atenção, amor. Sei que você nunca gostou quando eu dizia o que queria que você fizesse, mas eu preciso que faça isso. Amor, eu quero muito que você encontre a felicidade, quero muito que você faça isso pra eu viver em paz lá no outro lado, se é que existe um outro lado. Se um dia decidir esquecer do que vivemos, não tem problema. Mas tu precisa encontrar a felicidade, amor, porque tu merece mais. Por favor, não chora, não se desespera, não tenta entender, a vida é assim e apenas estou cumprindo o curso normal dela. Sei que é cedo e que tínhamos muitas noites pela frente pra ficar abraçados e acordar juntinhos dando risada e fazendo amor.


Amor, sei que não ficaram boas, mas essas são minhas últimas palavras. Deixei mais alguns recados espalhados por aí pra você lembrar e saber o quanto te amei. Eu sinto que estou indo, tive forças pra escrever até aqui só pra dizer mais uma vez: eu te amo...


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Acho triste ficar triste

As pessoas não percebem quando estou triste, eu escondo, acho esse sentimento uma vergonha. Eu acho triste ficar triste. Aí eu prefiro fingir, o fingimento é uma mentira do bem, é uma forma de não provocar nas pessoas um sentimento que acho pior que a tristeza, a pena. Acho que a pena é pra quem não tem condições de superar seus problemas. Até porque, embora muitas vezes eu chore e até confesse que chore pra todo o mundo na internet, eu sei também que consigo sozinho sair daquelas horas horríveis...

Eu venho aqui e escrevo qualquer coisa ou coloco uma música pra tocar e tudo parece melhorar. Eu começo a cantar junto em silêncio e abro uns sites com notícias trágicas na internet e vejo que meus problemas são menores que um grão de arroz. E isso alivia a dor, isso acalma e manda a tristeza embora. A tristeza é passageira e quando ela vem eu sou o motorista que a manda embora. Porque tem coisas que por mais que a gente queira, não voltam e esse sentimento fica ali, fica vazio e nada preenche aquele rombo.

Eu hoje consigo ver mais claramente quando a felicidade bate a minha porta, em pequenos momentos espalhados em uma semana, em um telefonema, mas a voz que eu queria escutar eu quase nem lembro mais como era. Eu hoje consigo sustentar as minhas vontades sozinho e sou cobrado o tempo todo para fazer as coisas direito, mas a única pessoa que eu gostaria de obedecer sem reclamar não está mais aqui. Eu só queria me estressar com a voz de uma pessoa e não com todos os problemas do mundo.

Eu hoje ainda tenho uma mania de me achar importante e acreditar que posso mudar o mundo. Eu hoje ainda acredito nisso, embora mais uma vez tenha visto pessoas que se dizem bem intencionadas pensando somente em dinheiro fácil, usando da sua inteligência e capacidade para o bem próprio. E vai chegar um dia que eu vou fazer a mesma coisa e vou sentir nojo de ser assim, ou então vou esnobar quem eu sou hoje... Não sei, mas é triste ficar triste.

Terrinha das vaidades

Ainda vou escrever um livro sobre uma terra que era habitada por senhores donos da verdade, que habitavam casas de luxo em um canto de uma pequena cidade e se vestiam com roupas alinhadinhas compradas na única loja de grife daquela pequena cidade. Eles gostavam de se mencionar intelectuais graças aos recursos que possuíam depositados em suas contas bancárias, como se isso fosse realmente demonstração de inteligência. Alguns até poderiam ser assim classificados, mas a grande maioria sequer merece adjetivos. Eles diziam-se preocupados com causas sociais, mas jamais haviam pisado nas periferias. Diziam que queriam mudar o mundo, mas só queriam encher o bolso e arrotar suas vaidades em festas regadas a champanhe.

E se por acaso eu citar nomes e fatos, ainda vou ser processado por este livro. E se o livro vender, quem sabe não fazem um filme sobre a terrinha das vaidades? Naquela terrinha das vaidades, bradavam vozes de pessoas que diziam fazer coisas pelo bem da comunidade, mas na verdade eles sempre tinham interesses diretos no assunto e sempre tinha algo a ver com dinheiro ou prestígio político. Se diziam políticos e talvez realmente o fossem, no pior significado da palavra. Talvez se algum dia meu texto melhorar e eu possuir mais condições técnicas de refletir sobre assuntos ainda mais sérios, eu consiga explicar os motivos do não desenvolvimento daquela terra: justamente seus habitantes.

E talvez, mas só talvez, eu me permita desistir de uma luta estúpida pelo melhor daquela terra e passe também a querer o dinheiro. Sim, pois também experimentei daquela sociedade vazia e avarenta, também nasci naquela comunidade mesquinha, falsa, traidora e vigarista. Como filho daquela terra, preciso roubar algo de algum familiar e mesmo assim ser idolatrado nas rodas sociais, preciso ser acusado de crimes e mesmo assim ser lembrado nos jantares importantes. E no livro da terrinha das vaidades, também serei um pregador de moral de cuecas e depois, quando for um idiota chato que conta piadas imbecis, serei homenageado em um evento e vou ter que pagar para merecer esse reconhecimento inútil...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Nada óbvios

Paixões não são nada óbvias, elas não são como problemas de matemática que do nada a gente encontra o resultado depois de aplicar uma fórmula qualquer. Paixões são um mistério, é como caminhar no escuro ou encontrar uma encruzilhada. E em cada um desses caminhos que o coração quer nos levar, existem decisões que precisam ser tomadas e isso é complicado. Embora a gente saiba exatamente, até desenhado, tudo que precisa fazer pra explicar o que sente, pra dizer que está louco pra ficar com aquela pessoa, algo nos trava, algo que não tem explicação.

O amor não é fácil de ser entendido e, nunca canso de dizer, que amor não precisa ser compreendido. Amor existe no mundo pra ser vivido, pra nos colocar aquele sorriso bobo no rosto num dia de chuva, cinzento, em que o vento parece assobiar e não há nada pra fazer. E a gente sorri só porque nosso amor acaba de dar um toque no celular ou deixar uma mensagem no Orkut. E a gente sorri mais intensamente só por causa do amor. O amor não é nada óbvio, é inexplicável. O amor não é de verdade, nem pode existir na mentira. O amor foge pra não ficar sofrendo. O amor some pra poder existir. O amor existe pra gente viver.

Toda vez que a gente se apaixona, parece que a gente está amando. E a paixão é sempre o início do amor ou de um caso qualquer que existe como uma chuva de verão. Às vezes uma paixão é tão intensa e rápida que serve somente para nos alegrar durante algum tempo. E a gente não sofre se ela acaba, a gente gosta de lembrar de paixões rápidas e nem fica imaginando como seria se tivesse continuado. Porque paixões rápidas não são nada óbvias.

E as pessoas falam muito em amor verdadeiro, almas gêmeas, aqueles casais que nunca brigam... Todo mundo deve sonhar com isso, com aquele amor perfeito que só nos dá carinho e fala coisas bonitas, como aquelas coisas de filmes. Mas na real as coisas não podem ser assim. Um amor verdadeiro precisa nos criticar, precisa nos dizer quando estamos errando e até se afastar pra gente sentir saudade de vez em quando. Um amor verdadeiro não pede, não exige, não cobra, não faz nada. Porque na real, não existe amor de mentira, se for amor ele sempre vai ser verdadeiro, mas nunca, jamais, será óbvio.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Por que eles não são presos?

Se um cidadão roubar algo no mercado pra alimentar seus filhos e for flagrado, ele vai preso, provavelmente a própria sociedade irá o condenar publicamente, ameaçar e até bater no cara. E não importa se a casa dele foi destruída num temporal ou se ele não consegue trabalho. Ele vai acabar apanhando, sua foto vai sair no jornal e vão chamar o cara de tudo que é coisa. Mas quando aparece um bando de safado, recebendo propina em um vídeo para toda uma nação, ou rezando para agradecer a Deus pelo dinheiro sujo que receberam, nada acontece. No máximo, as pessoas ignoram a televisão ou trocam para assistir a novela e uns que outros ficam indignados.

O que acontece daí em diante é os caras recorrerem ao Judiciário, que vai, como faz na maioria das vezes, servir como uma máquina de lavar roupas, limpando as cuecas sujas desses políticos. Aqui no Brasil a palavra político já se associa facilmente à corrupção, então deve ser por isso que as pessoas estão cada vez menos preocupadas com isso.

Na Constituição, está escrito que todo mundo é inocente até que seja provada a sua culpa, mas na vida real as coisas não funcionam assim. No manual do político ladrão está escrito que todo mundo é inocente, desde que contrate um bom advogado.

Eu não entendo nada de Direito, mas sei que até hoje o Supremo Tribunal Federal não condenou nenhum político “acusado” de qualquer crime. E vergonhosamente esse mesmo supremo consegue atuar na contramão de tudo que deveria ser o correto ao conceder liberdade sem fiança para traficantes de drogas. O problema é que alguns tribunais superiores estão com uma mania estranha de confiar na palavra dos acusados, ignorando a tese do Ministério Público, o inquérito policial e até decisão de juízes de primeiro grau. Parece meio absurdo, mas acontece, acreditem...

O problema é que as leis existem para que cada um as interprete do jeito que interessa. O que não entendo é a quem interessa que um bêbado possa se recusar a soprar o bafômetro depois de atropelar crianças na rua. Não entendo como dão direito de um acusado de estupro não fornecer amostra de sangue depois de violentar uma menor de idade. E eu também não entendo como um político que é acusado de desviar recursos fica livre pra concorrer e aprontar de novo, porque ficou recorrendo, e recorrendo. Pois é, aqui no Brasil não existem culpados, são todos acusados injustamente, assim como aquelas histórias do filme Carandiru. Mas alguém tem que ser culpado, então que seja o povo.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Eu ainda acredito em Noel

Já estou com 25 anos de idade e toda vez que repito isso me sinto como se na verdade fossem 40... É estranho, mas de algum jeito, sem nenhuma explicação racional, me mantenho um verdadeiro guri aqui na minha cabeça. Tanto que eu ainda acredito em Papai Noel. É, não naquele imbecil do tiozinho que decidiu colocar um saco nas costas (isso é meio gay) e sair por aí dizendo Ho, Ho,Ho. Na verdade, eu acredito no significado de tudo que envolve essa data em que os tiozinhos vestem vermelho pra fazer as crianças felizes.

Eu acredito no sentimento de confraternização e que coisas realmente mágicas podem acontecer no dia de Natal. Eu acredito que nesse dia uma criança pobre pode esquecer de tudo que sofreu um ano inteiro e sorrir sem se preocupar se no dia seguinte terá novamente um doce pra comer. Eu acredito em Papai Noel e também acho que você deveria acreditar. Isso não tem nada a ver com ser ingênuo ou inocente, é muito mais sério... Leia nas entrelinhas pra entender aonde estou tentando chegar. Eu acredito que as pessoas são capazes de perdoar os piores erros nesse dia, acho que o Noel é capaz de fazer o amor vencer qualquer problema. Sim, eu acredito em Papai Noel e não me envergonho de admitir.


Eu acredito porque há uns três anos alguém lá de cima me enviou um anjo para que meu Natal não fosse um mar de lágrimas, como estava se desenhando. Lembro que eu ia passar no hospital com meu pai, ele morreu há dois anos. O pai não falava mais, nem mexia parte do corpo. A gente se comunicava por sinais, mas na maioria das vezes nenhum entendia o outro, devido às dificuldades que a doença impunha. Eu preferi passar o Natal com ele no hospital do que com meus amigos e o resto da minha família (pais separados...). E perto da meia-noite, começou a rolar uma emoção de ver ele naquele estado e eu não conseguia segurar o choro.


E quando tudo transbordava dentro de mim e eu e ele nos olhávamos e chorávamos como se um entendesse exatamente o que o outro sofria, algo aconteceu. Uma moça se aproximou e tocou em meu ombro, notei um sorriso no rosto do meu pai. Ela chegou perto de mim e disse que eu não devia chorar porque estava fazendo ele chorar e me disse que tudo ia ficar bem. No resto da noite ela aparecia e me ajudava a cuidar do pai. Eu não lembro de ler nenhum nome no jaleco dela... No outro dia, eu citei as características dela pra todos dentro do hospital, mas ninguém sabia dizer quem era. Mas eu sei que ela estava lá e fez meu Natal melhor do que acabaria sendo... É por esse tipo de coisa que eu acredito em Noel.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Por que se livrar do problema?

Todas as vezes que um problema aparece você faz o que? Se livra dele e foge ou tenta encarar até destrinchar tudo que tem pela frente até transformar o limão numa limonada? Pessoalmente, prefiro a segunda opção e é só por isso que não aceito a forma como a Prefeitura de Cachoeira do Sul está entregando o serviço de abastecimento para a Corsan – de mão-beijada, como dizem os mais antigos.


Aqui, ao invés de estabelecermos uma série de exigências de investimentos e planos para o futuro do saneamento municipal, aceitamos uma proposta-modelo que a Corsan apresenta para todos aqueles municípios que dão lucro para ela. E quando se fala em lucro, não é nada pequeno. A estatal lucrou mais de R$ 200 milhões em 2008. E eu não quero nem imaginar se parte desse dinheiro foi parar em algumas cuecas sujas ou meias fedorentas. Será que foi? Sei lá, não tenho como provar nada, mas os próprios contratos que ela faz sem licitação são declarados como ilegais por especialistas no assunto.


Ah, mas o prefeito não quer passar todo o mandato discutindo na Justiça quem tem razão, se a Prefeitura ou a Corsan. Tudo bem, é uma posição, mas vejamos. Se fosse Ghignatti, o médico, contra a Corsan, será que ele desistiria de resgatar uma ilegalidade cometida contra ele e sua família e fazer as coisas certas, pra corrigir a barca furada em que o colocaram - lembre-se, não foi GG quem assinou aquele misterioso contrato natalino. Ele não tem culpa, mas tem obrigação de fazer o melhor por sua família, neste caso os cachoeirenses.


Realmente não sou contra a Corsan, não mesmo. Sou contra o descaso que boa parte dos serviços públicos têm com relação às necessidades da população, mas isso acontece também naqueles serviços que são terceirizados, então... Sou a favor da licitação, desde que ela seja feita sem favorecimentos – como acontece Brasil afora (aquele lance de uma empresa que dá grana pro político na campanha e depois se beneficia, sabem?!). Mas ao contrário do professor e advogado Mahfus, tenho um medo enorme da municipalização porque conhecendo os nossos governos, uma empresa municipal da água seria um cabidão de empregos.


Então o que fazer? Simples, encarar o problema e encontrar a melhor opção, se informar, buscar subsídios, comparar contratos, firmar cláusulas seguras que permitam o rompimento contratual em caso de não cumprimento de promessas. Ah, até porque, em promessa de político (e a Corsan é comandada por políticos) eu não acredito nem a pau.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tesão de Velha, um novo conceito em rock


Poucos foram os privilegiados que puderam assistir a um show da banda Tesão de Velha, grupo formado em 2007, após um evento na cidade de Cachoeira do Sul que misturou aniversário político, festa com charutos cubanos e mulheres com pouca roupa. Assim iniciava a saga da Tesão de Velha, cujo nome é inspirado em algo que não tem fim (o tesão de uma velha é eterno, salienta o vocalista El Pini). E a Tesão de Velha quer ser eterna como o culto ao velho rock and roll.




Recentemente a banda esteve prestes a encerrar suas atividades, com o anúncio da saída de El Diablo, baixista que inovou a música regional com novos ritmos e lançando letras altamente inspiradoras. Isso fez com que Gordo passasse a discotecar no submundo e que El Pini e o guitarman Sall passassem a procurar novas tendências para suas carreiras solo. Era o triste anúncio do fim de uma das bandas de maior sucesso nas zonas e inferninhos do interior gaúcho.



Unida pelo prazer de misturar rock com estilos alternativos e resgatar antigos mestres do rock, sem nenhuma pretensão de sucesso ou desejo financeiro, a Tesão de Velha deixou um vazio na cena noturna e muita saudade entre as prostitutas da capital durante dois meses de abandono dos palcos. Para receber pelos shows, aceitavam apenas cervejas e churrasco, ou a puta mais linda do clube... Era rotina ver El Diablo preparando as meninas que fariam strip antes do show iniciar.





Mas uma reunião inesperada dos integrantes da banda em uma festa, regada a muito uísque, fez com que novas músicas começassem a brotar, renascendo assim a vontade de criar. Altamente alcoolizados no dia seguinte, gravaram vários sucessos sem parar de tocar, fazendo Gordo perder sete quilos nas bateras. Os sucessos são a marchinha de Carnaval Kung Fu em uma versão hardcore, o sucesso rock-brega Chupa que é Viúva, O Funk dos Mandinhos, Só Fazendo Love, Estourei teu Puff, Abre as Perninha Mor, Me empresta teu Megahair, Só na Molinha, entre outras.




A próxima apresentação da banda está marcada para janeiro, em Porto Alegre, quando o Metallica abrirá o show dos caras. A Tesão de Velha concordou em abrir espaço para que os gringos mostrassem seu trabalho, antes de invadir o palco com uma versão remontada de Tão botando tudo, o novo single da banda. Após, a TdV volta para uma turnê nos prostíbulos de Cachoeira, com a releitura de More Than Words e a música dedicada à primeira mulher do guitarrista Sall, Evanilde.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

E daí que tu é gostosa?

Tem muita mulher que gosta de ficar tirando onda só porque tem um corpinho legal, umas pernas lindas e um peitoral avantajado... Mas na verdade, elas não fazem isso por maldade. O problema são os otários que dão moral pra elas e acabam as deixando assim, umas gostosas nojentas. Claro que não dá pra generalizar, afinal nem toda mulher de corpo escultural é uma metidinha a besta, riquinha e abobada. Nossa, a revolta pegou, mas a maioria das bonitinhas é assim, vai dizer?


E sinceramente, se os marmanjos não ficassem babando na volta e estendendo um tapete vermelho por onde elas passassem, garanto que elas seriam mais humildes e menos convencidas. Sim, porque essas mulheres não têm pena desses pobres otários, esses imbecis que se apaixonam por tetas grandes e uma bunda enorme. Aliás, isso é tão vazio (isso não é um trocadilho) que não entendo como ainda rende audiência. Mas viva a diferença.



É claro que ninguém precisa sair por aí e idolatrar as feias. Nunca canso de dizer que beleza é fundamental. Não é tudo, mas precisa. Então, asquerosas, caiam fora, falou?! Brincadeira, tenho um monte de amigas feias, só prefiro não as ver com frequência. E não é que o texto passa de uma reclamação indignada pra um troço sem fundamento, mas cheio de humor... Seguindo o raciocínio. As gostosas sempre vão existir e sempre vão poder tirar tudo de melhor do mundo, porque é mais fácil. Quer ver? Vamos pensar. Uma vaga de emprego que não exija conhecimentos específicos tem duas candidatas. Uma gordinha estranha e uma deusa loira. Adivinha quem será contratada?



Pois é, as gostosas dominam o mundo. Mas você não pode e não deve deixar elas dominarem o seu mundo. Nós, homens, não podemos ficar pagando pau pra qualquer gostosa. É isso mesmo, no máximo um elogiozinho. E se ela ficar se fazendo muito, solta algo tipo: “e daí que tu é gostosa? Se liga, já peguei melhores e nem precisei pagar”.