quarta-feira, 10 de março de 2010

O fim da paixão é o amor

E o namoro chegou ao fim, Viviane só tinha forças para chorar. Às vezes acaba se entregando ao choro e sente uma tristeza imensa quando pressente o carro de Caco passando pela rua. É como se quisesse se jogar à frente dele só para saber se o banco do carona é tripulado por outra. Caco sabe que errou e por isso não tem coragem de encarar Vivi de novo, tem certeza que não merece mais o carinho dela após a bobagem que fez. E não para de se culpar por isso.

Cada um do seu jeito permanece pensando no outro, mas nenhum sabe que atitude tomar, passam o tempo conversando com amigos e invariavelmente os assuntos são os mesmos. Se perdem em memórias de momentos inesquecíveis, um saudosismo que os machuca. Viviane pensa em ligar, afinal é tão fácil tentar conversar de novo, mas ela não compreende por que Caco não a procurou, ela quer odiá-lo pelo que fez, esquecer tudo que aconteceu, e não consegue. A menina pega o celular e começa a ler as mensagens que trocaram há mais de um ano, quando estavam se conhecendo. Com uma mistura de raiva e carinho, ela pensa em apagar tudo, não quer velhas lembranças, só que não consegue tirar Caco do seu pensamento, e não irá apagar as memórias do que viveram, nem as juras de amor que trocaram.

Caco sai de casa apressado, cheio de vontade para jogar futebol com os amigos. Apesar de estar triste e saber que a culpa é dele, sente-se feliz por ter mais liberdade e poder sair sem ter que discutir para isso. Ele também pensa no início da relação, quando tudo era decidido com sorrisos. Mas o tempo se encarregou de dificultar a convivência.

Durante o jogo, parece desnorteado. Logo ele que costumava driblar com facilidade tudo na vida, agora percebe que perdeu a sua melhor jogada. No entanto, sente orgulho e decide não procurar Vivi pois tem medo que ela faça algo inesperado como já deveria ter feito. O que mais intriga Caco foi a reação de sua namorada, ela apenas chorou e virou as costas quando ele contou sua traição. Na verdade ele queria ser xingado, queria que ela dissesse que ele não prestava, que o humilhasse por ter estragado a paixão que existia entre eles. O que sabia é que alguma coisa precisa ser feita.

Dois dias depois, Caco arranja uma desculpa para ir até a casa de Vivi, ligou e falou friamente que desejava pegar umas coisas suas que havia esquecido. A ligação fez a menina estremecer, imaginando que ele pudesse querer pedir desculpas, e ela começou a pensar no que responderia. Contudo, seu coração machucado não entendia por que ele havia sido tão rápido na ligação. Vivi chegou a pensar que Caco já tinha outra. “Não quero nem ver a cara dele”, pensava. E depois outras ideias a incomodavam.

Perto do anoitecer, Caco parou em frente à casa de sua amada, que já o esperava nervosa. “Nós precisamos conversar”, era o que Caco queria dizer antes de pronunciar um oi quase imperceptível. Vivi, sem querer, foi amarga e mostrou que já havia separado tudo que o rapaz havia ido buscar. Depois de carregar tudo para o carro, ele olha para a porta, mas Vivi não o acompanhou até a rua, mas manteve a porta aberta. Ele tenta voltar, estava a ponto de chorar quando ela corre e o encara fixamente. Conversaram por horas, discutiram, tentaram entender o que estavam vivendo, um sentimento que sufocava ambos e não os permitia raciocinar com facilidade. De repente, se beijaram, e perceberam que sua paixão havia se tornado, de uma forma estranha e louca, um amor completo e verdadeiro. E a paixão teve fim, para início do amor.

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