segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O centro continua o mesmo

Hoje retomei uma das principais tradições que mantenho na minha querida Cachoeira do Sul: o passeio pelo centro, a caminhada pelas quadras da Rua 7 de Setembro. Coração do comércio e da movimentação frenética durante a semana, nos domingos ela se transforma no ponto de encontro da galera jovem e recanto de velhos amigos. Uns saem para caçar, outros para beber, e alguns só querem caminhar um pouco mesmo e esquecer da loucura do trabalho. Eu me encaixo no último grupo, ou talvez em nenhum, porque penso coisas que talvez mais ninguém imagine enquanto piso nas nossas calçadas cheias de buracos.
A primeira louca impressão é tudo o que mudou no centro de uns anos para cá. Agora, quase com 26 anos, parece que a maioria da gurizada que anda por ali é mais nova. São novos estilos, novos rostos, cabelos desarrumados ou ajeitados demais, roupas coloridas ou rasgadas demais. São pensamentos demais. A rua neste momento poderia se tornar o local mais democrático da cidade, misturando as diversas classes sociais de um município pequeno. Isso não é o que acontece: os grupos estão divididos, o pessoal simples de um lado, sentados nos cantos das lojas, enquanto os playboys estão perto do Banrisul, com os carros de seus papais. Os mauricinhos fazem barulho com suas carangas, pra chamar atenção das gurias, e mesmo depois de anos isso ainda funciona. Na calçada, sempre tem um grupo podre de bêbado incomodando as gurias, e a bebida é tão forte que faz com que eles pensem que estão agradando. Por alguns instantes, parei ao lado de dois amigos de infância que estavam já muito além da fase do brilho. Quem bebe sabe o que é a fase do brilho. Fiquei ali, dando risada e conversando qualquer coisa sobre o que cada um estava fazendo. Depois de um tempo, decidi simplesmente parar de pensar naqueles rostos e tomar uma cerveja. Algumas cenas do passado se repetem, a Polícia precisa ser acionada por causa de uns imbecis que decidiram brigar e o pior é que tem um monte de guria fútil que acha isso o máximo. Aí eu tenho que torcer para que a briga seja apenas frescura, para não precisar voltar ao jornal para escrever uma notícia sobre retardados que foram parar no hospital por causa de uma babaquice qualquer. Mas, ainda bem, não foi preciso, e eu continuei curtindo e assistindo à movimentação até um amigo oferecer uma carona. Aí eu vim aqui compartilhar isso com vocês e agora agradeço por vocês terem lido.

4 comentários:

Leticia Pereira disse...

E esse foi mais um típico domingo cachoeirense, e os próximos também serão assim. Bom ou ruim isso? Não sei. 10 o texto :)

Rê Sellani disse...

Acredito que os jóvens de cachoeira acostumaram com isso, já que não tem opção, o domingo é na 7 mesmo.
Adorei o texto Vi!

Bernardo Bulsing disse...

Bando de babaca, isso é que são!

jao disse...

escreveu escreveu e n disse nada...