segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Essa coisa de envelhecer

Responsabilidades, horários, agir com educação, evitar piadas de todo tipo, estar sempre sorrindo, trabalhar e tolerar críticas. Essa coisa de envelhecer não é assim tão maravilhosa quanto o pessoal da adolescência pensa. Se você tirar a suposta liberdade, a verdade é que sobram poucos motivos para se orgulhar de ser adulto.

Talvez a percepção do mundo entre no rol do que fica mais interessante depois que a idade vai avançando. Só que esse entendimento pode ser subjetivo, então enxergar o mundo também pode ser decepcionante. Essa coisa de envelhecer é estranha porque você acaba admitindo que no fundo tudo tenha dois lados, ou mais...

Envelhecer não significa necessariamente amadurecer, pode ser apenas o tempo passando, as pessoas mudando e o mundo te observando. Ou então, essa coisa de tempo seja, no fundo relativo e tão sem sentido quanto um parágrafo de um livro de ficção que você precisa reler para entender. Aliás, a leitura é interessante em relação a isso: o livro que você devorar com 15 anos poderá te dar outra visão de mundo aos 18...

Uma coisa é certa: essa coisa de envelhecer só é fantástica pelo conhecimento que as pessoas podem agregar. Porque no final das contas, poucas coisas além do amor vão marcar essa viagem da vida, em que na maior parte do tempo estamos nos lixando pro cinto de segurança enquanto aceleramos. E daí, você percebe que envelhecer é só mais um verbo, como dirigir um carro a toda velocidade, como se atirar de uma torre para cair no rio e sentir a adrenalina te impulsionando pra fazer tudo de novo. Porque depois da primeira vez, você já é mais velho, já sabe como é. E o mais interessante é que essa coisa de envelhecer é constante...

domingo, 23 de outubro de 2011

Quando a mulher assume o controle

De tantas coisas que um homem pode sofrer na mão de uma mulher poucas são tão humilhantes e o tornam tão insignificante quanto essa que vou contar agora. Primeiro porque depois que nos conquista, a mulher já não faz mais esforço nenhum para nos agradar. Esse trabalho fica todo com a gente. E enquanto isso, elas, as mulheres, se ocupam de assumir ou destruir os nossos espaços de domínio, nossos recantos de lazer.


A primeira atitude é reclamar dos nossos jogos de bola no meio da semana, ou do encontro com a turma para beber cerveja. Para isso, usam e abusam de sua sensualidade em roupas provocativas e nos fazem crer que suas mães, no fundo, são pessoas dóceis. E, inocentemente, acreditamos nisso, abrindo mão de um jogo no estádio para torcer para nosso time, e encaramos uma tarde de domingo na companhia da velha jararaca.

Não satisfeitas com as festas que as levamos, elas exigem carinho, dedicação e ainda por cima que sejamos românticos todos os dias. Nada de arrotos depois de entornar um refrigerante, ou soltar um palavrão mesmo estando entre amigos. Deixar nossas roupas atiradas em qualquer lugar na nossa casa de repente ficou proibido. Elas vão tomando conta de tudo como um enxadrista que vai matando as peças do adversário e o deixando sem alternativa.

E a crueldade da mulher tende a ser maior de acordo com a capacidade que ela tem de perceber o quanto as amamos. Se for só aquela coisa de gostar sem se importar, elas não vão conseguir muito resultado. É uma questão de domínio mesmo, de controle. Mas como eu disse lá no início, a pior coisa que a mulher pode fazer é assumir o controle... O controle remoto. Esse utensílio indispensável é um símbolo de liberdade para os caras, os machos o idolatram. Quando eles vêem esse equipamento surrupiado em mãos femininas entram em desespero. Porque no fundo sabem que elas vão trocar o canal na hora do futebol, ou escolher a novela em detrimento do filme de ação.


É desastroso, amigo. E se você está nesse time, sabe que não há mais o que fazer. Elas vão começar a fazer questão de mostrar que dominam o equipamento e nos impedirão de qualquer tentativa de dar uma zapeada mesmo quando passam aqueles comerciais inúteis. Se você foi dominado assim como eu, você não tem mais nenhuma opção, porque a única razoável seria trair ela e na verdade não é isso que você quer. Então você se contenta com o que sobrou e parte para a humilhação suprema: assistir a novela com o seu amor.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Há vagas para o amor

A beleza de alguém é mais ou menos como o currículo, é a apresentação, um cartão de visitas, e deve ser também a primeira coisa que vai chamar atenção quando se procura uma vaga no concorrido mundo amoroso. Mas somente a beleza não vai garantir uma boa colocação e a durabilidade de um relacionamento, é preciso qualificação na arte de conquistar, experiência em relacionamentos interpessoais e até mesmo o chamado QI. Afinal, assim como no mercado de trabalho, as suas referências também são tomadas quando alguém está interessado em seus serviços. Por isso, se você traiu seu último chefe, tenha certeza que isso será investigado pelo próximo que vai te contratar.

Sempre vai haver aquelas figurinhas que estão simplesmente desfilando no mundo e que mentem até na sua apresentação, no currículo, para conquistarem uma vaguinha no coração de alguém. Contratar alguém para amar é um negócio arriscado, porque mais do que dinheiro e expectativas de um crescimento no futuro, há uma mistura de sentimentos e nuances que precisam de muito jogo de cintura, capacidade para dialogar e resolver problemas para que as coisas realmente dêem certo.

Todos sabem que existe amor à venda por todos os preços. Também há vagas, poucas é verdade, para aquele amor gratuito, aquela coisa de dar a sorte e descobrir um talento antes do mercado. Este amor gratuito, talvez o mais adorável, é aquele cego, mas consciente – aquela coisa cuidadosa que inicia de um jeito avassalador e resiste às discussões mais apaixonadas sobre a concorrência no mundo amoroso. E uma das diferenças das vagas do mundo dos apaixonados deve ser o fato de que nele, quando você encontra um emprego para amar, acaba aparecendo uma oferta ainda maior de oportunidades, como uma chuva de promoções de carinho por uma noite.

E aí, cabe a você decidir o que vale mais a pena no mercado do amor: ficar com seu emprego estável, que lhe garante uma felicidade, que se não é intensa diariamente, ao menos lhe faz sorrir com frequência – ou se joga tudo para o alto e arrisca uma aventura ao desconhecido, onde qualquer coisa pode acontecer e você não tem o controle de nada. A decisão sempre vai estar ligada diretamente ao tipo de profissional que você é.