Talvez
nem precise que eu escreva mais nada além desse título. Ele é a tradução do que
eu penso em relação a sentir e a ser verdadeiro. Mascarar o que você sente,
suas dores, suas desilusões, seus amores, não vai fazer você parecer forte. No
máximo vai fazer as pessoas terem uma ideia errada de quem você é, para depois
se surpreenderem (ou nem tanto) percebendo que você é de carne e osso, lágrimas
e raivas. Acho que todos que tentam demonstrar isso no fundo estão forçando uma
mentira a seu próprio respeito.
Não
entendo essa necessidade que as pessoas possuem de esconder o que sentem, ou de
tentar parecer um robô, uma máquina calculista e que jamais erra. É a cultura
do “não parecer fraco” porque a sociedade vai fazer a seleção natural e só vão
sobreviver os fortes. Pro diabo com isso. Acho surpreendente que todo mundo,
hoje em dia, é bem resolvido, não derrama lágrimas, não tem dúvidas, não quer
demonstrar que gosta de alguém e nem se sente pra baixo se toca uma música
triste. Um homem confessar isso é como se assinasse um atestado de veado.
Mulheres até podem se apaixonar, mas não demonstrar. Pro inferno com suas
regras globalizadas de convenções formais. Eu não quero me enquadrar em nada
disso. Quero ser simples, quero existir e não fazer parte do grupo das
aparências.
Ora
esconder sentimento! Se você ama, fala! Se está sofrendo, compartilhe. Se
errou, confessa... Quer consertar as coisas? Enviar um torpedo custa centavos,
pegar um táxi, poucos reais e caminhar alguns minutos só gasta a sola do
sapato. Ficar com ar de superior não adianta nada. Eu amo, eu sinto, eu erro,
eu choro, eu passo a noite acordado sem conseguir dormir, eu sou humano e sinto
dor. Por favor, parem com essa conversa ridícula de dizer que vocês não sentem
saudades, que nunca vão ficar mal por ninguém ou que o passado não importa. Só
por falarem disso já estão mostrando que não superaram e nem é preciso ser
esperto pra sacar isso.
