Estou viciado. Sim, eu assumo e me envergonho porque não
consigo mais largar a droga. A droga do Facebook. Já tentei tratamento, mas o máximo que
consigo é ignorá-lo completamente por no máximo três dias. E preciso me viciar em algo ou apelar para os livros, que sempre cumprem sua missão. Esta é só a minha
versão sobre a completa inversão de valores pela qual muitos de nós podemos
estar passando. Pode ser uma versão, ou melhor, visão distorcida da realidade já
que sou parte interessada no assunto. (Aliás, vocês já notaram que todos, quando são parte interessada em algo, fazem de tudo para convencer vocês que aquele caminho que escolheram, por mais absurdo que seja, é o único que existe no mundo?)
Enfim, chega de justificativas. Se eu
quiser que vocês leiam isso até o final preciso ser objetivo. Vamos começar por
partes, mas sem a piada do Jack Estripador.
O que parece, frise-se parece, é que passou a ser necessário
na vida de alguns que muitos cliquem no “curtir”. Não é a primeira vez que vejo
isso, mas estamos virando massa de manobra de nós mesmos. Chega a ser mais
importante ser curtido por uma foto tirada na festa do que ter curtido tirar a
foto na festa. Não sei se vocês vão me entender. Aliás, eu posso estar querendo
somente um curtir com esse texto aqui, mas no fundo não. A ideia é formar
opinião, provocar a discussão, que é uma prática enriquecedora, na minha
humilde opinião, ou não tão humilde assim. Mas pensem: se fosse só por um
curtir eu poderia simplesmente colocar uma foto com uma mensagem engraçada. Só
acho que esse nosso vício pode ser educativo e esses argumentos descabidos
possam, sei lá, ser úteis. Acho que estamos sofrendo de uma síndrome de pavão,
sabe. É aquele bicho que adora aparecer.
Mas a minha versão sobre a inversão de valores vai mais
além, porque também sou viciado no Twitter, é... Eu fui percebendo que isso
tudo só serve pra nos alienar e me envergonho de enxergar isso só agora que
estou já com 27 anos. Lamentavelmente, mas pelo menos estou retirando os tubos.
Talvez tudo isso pareça insano no fundo, e não me tratem como um maluco que
prega a internet como o demônio, não. Longe disso. Até porque foi por ver um
dos assuntos mais comentados do dia no microblog que me surgiu a ideia pra tudo
isso aqui que estou escrevendo. Bem, como vamos começar a nos preocupar com
questões importantes acerca do desenvolvimento de nosso bairro, cidade, estado,
país se o tema mais repercutido na internet continua sendo a novela das oito?
Eu sei que muita gente me detesta porque sou um imbecil com
mania de ter opinião sobre todo tipo de assunto. Principalmente aqueles que eu não
entendo. Juro que não é para sacanear ninguém, e juro também que estou tentando
diminuir drasticamente isso. Eu só tenho uma vontade verdadeira de ajudar as
pessoas a formarem opinião, é por isso que dou palestras falando sobre a
importância da leitura, é por isso que escrevi um livro onde o último objetivo
era ficar rico ou famoso e é por isso que escrevi isso. Eu já usei até a teoria
da pegação para incentivar o pessoal a ler, e funcionou e sinto um puta, digo,
baita orgulho disso. Pois é. Se você leu isso até aqui, muito obrigado,
acredito que não tenha perdido seu tempo.
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